domingo, 3 de março de 2013

Diário de Verão - Parte II - Poesias: Humberto Fonseca


 Olá caro, (a), leitor! boa noite, bom dia, boa tarde!

 Não sei bem se estão conferindo os textos por aqui, até porque num saí um comentário, bom ou mal gente, falem pelo amor das tapiocas de Alagoas...rs

 Segue abaixo mais alguns manuscritos que venho fazendo nas minha andanças e correrias, como bem vos disse na primeira parde desse "Diário de Verão", pouco tempo pra postar, escrever, entre outros contras e prós que a caneta vai fazendo aos poucos. Nem tive paciência para correção, vai a bagacera por completo, pois se imagino em editar ficaria bulindo, e rebulindo, e sabes que toda leitira ao ser lida e relida acaba sendo modificada.

 Espero que aprecie, perca alguns minutos da vida, e como é precioso o tempo, tento nessa segunda parte ser menos direto, ousando um pouco da imaginação, ficção, e muita realidade, a parte mais caseira e verídica da minha escrita. Os ares de mar, sintetização porosa de areia, e mistura de composições com poesias seguem timbrando meu estilo "poesia-prosa-narrador", experimental-caótico da neutralidade.

  Abaixo, imagem do trabalho do amigo DiMolinaro, recentemente adquirida.

  Beijos e abraços, boa leitura!

 Att,
 Humberto Fonseca

Série Mulheres - IX - Mulher Indo A Praia - Técnica Óleo Sobre Painel - Estilo Expressionismo Contemporâneo - 0,80 x 1,00 M
Artista: DiMolinaro
 
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"Cavaleiro Sem Luz"





Imbituba 06/01/2013

  Entre as vidas que mais parecem lápides, retenho os sentidos, meu senso embreaga-se. Meu estado sensível evaporou nas fajutas mentes que me rodeiam. Espíritos podres, embreagados, tomados pela vontade e perdidos de expressões, seres embargados na depravação... Passados ocultos refletem suas lástimas, feitos de puro devaneio, perdições naturais em diafragmas rebuscados. Faltam-lhes cheiro e essência, seus "espíritos livres", do qual Nietzsche tanto falou, paíram nas ondas alternadas deste géntil passado, fazem reviver, "o precipício lhes tornou uma ponte para seguirem no alvoroço do destino, sem corpo, sem voz, sem alma", ociosos ao sublime.





"Então, caí completamente em mim, e recordei-me, com amargura e desconsolação, dos tremendos sacrifícios a que foi condenada está geração, Deus sabe para que - Deus sabe se para expiar as faltas de nossos antepassados, se para comprar a felicidade de nossos vindouros"

Almeida Garret

  Primeira vez do ano que faço minha caneta rugir, a chuva rasga os céus, se avolroça pelas montanhas encantadas de Garopaba, assim também sinto a Ferrugem me corroendo na madrugada, "não existe mais dor, só amor..." Todo este amplo campo real recebe a existência dos céus, seja pela chuva, seja pelo vento, na ventura dos sopros de Deus.

  As vozes desfalecidas repudiam-me. Sinto-me em renascença, o corpo conjura os espectros evolutivos... _ Mas sei que eles morrem na próxima esquina.

  Os agouros que atravessei devem retornar à seus povos, príncipes, monturos, pois; "toda zica retorna a quem prática", nesse encontro de deuses mortais, de barro e de madeira, milagreiros das dores alheias, nomeio-me de paz,entrego-me a composição das lascivas, rompo a tromba d'água existente, minhas retinas sofrem torpezas que seria impossível descrever, repenso em reflexos meus passos, caminho longe parado.

  Sinto vontade de falar como os bons romancistas, mas não o sou, vou-me na prosa para alimentar meu espírito poético, uma alma doida'vã empregnada ao corpo. Sou um patrimônio tombado em restauração, de ávido líbido, sedutor, sarcástico, realista, temperamental, "trovando aos trovões", praticante da palavra, feito vírus que habita no meio da cura, ou seria a própria cura lutando contra o vírus?

  A falsidade me rodeia com real vivaz aparato, o mal está em todo lado... "Te enviarei feito cordeiro no meio dos lobos, para que saibam o caminho do justo".

 Não fui capacitado, não fui aprendiz, o que meu corpo diz, minha alma não fala. Atravessar esses perigos litúrgicos me arrefece. Entre olhares e corpos vou-me dando safadas na tristeza.

  Sempre busquei fé no que tenho pra fazer, assim como o destino que passa por todos, sem esperar ser algum.

  Os filhos do diabo que desejam o fim da minha família, ao de praguejar todos os dias por meu fim sem resolução, sucesso, ao infortunuo da derrocada.

  Nuclear bem disse; "a desgovernada busca de salvação de quem não sabe o que quer da vida, mas faz uma boa idéia do que quer pra ela", salve o (pai dos burros), tropeiro da metrópole, vivant do caos.



  "Que amanhã venha à cavalo", pois de pé também ei de ir longe. A trova é só um espaço das criações, absorção dos estímulos, assim como os olhos em mim, eu também vejo um pouco de tudo, um pedaço, um verbo, labiador do mundo.

Os verbos soltos anunciam labaredas altivas, o falar vem anunciando os fatos, a revolta, os favores, de uma alma que antes de ver o dia transforma-se no cavaleiro sem luz.





A Vida Como Ela É

Imbituba 08/01/2013






A vida por aqui não está tão fácil,

Mas também não está tão difícil não...

Pode ter malícia,

Pode ter maldade,

Vou na picadilha,

Só na humildade.

A vida como ela é,

É pra quem peita a saudade,

É como o poeta louco,

Gritando nos cantos da cidade.

Avisa que eu estou de pé,

Avisa que eu estou chegando,

Junta todos inimigos,

Sou eu quem vai vir lavrando.

Cê pode ser o cão,

Tô com o Deus da verdade.





Sentido


Imbituba 09/01/2013

Apuremo-nos com o tempo.

A maior necessidade de expansão poderia ser no sexto sentido.

Quantos ditam as emoções do corpo.

_ Desconhecem a alma, o espírito.

Ser o que é, parece-nos atrofiar.

Tantos quantos hoje desejam estar próximos da natureza, nos pés da solidão.











"As Vozes do Coração"





Imbituba 18/01/2013

  _ Vago, vázio, apenas um monturo de carne?

  Creio que no ínicio de "As Montanhas do Homem Adormecido", falo que minha mente reapareceu após dois anos e meio... Venho trabalhando nesse livro de maneira espontânea, pensando em como distribuir a composição e rebuscar meu interior.

  A escrita liberta-me completamente das mágoas, empurra o destino ao presente satisfazendo todo meu oculto, do qual poderia de chamar de exterior, pois o coloco para fora despercebidamente, sem o negar, meu folclore fugitivo, minha revoada de sentimentos contempla, sem agouros, longe do ócio, do ódio, das lágrimas...

  Fui corrompido, defasado, tomado de esperança, um sumário de dores, no breviário de enganos. Hoje, todo este refugo, sobra, cacalhada do passado, amontoa-se ao tempo, trabalho a poesia como dantes, sem imaginar, criar, ousando mais uma vez enfrentar a saudade.

  Amiga'inimiga do poeta, sobretudo de palavras, novena indiscreta, pugente em meus versos para correr de uma vez por todas dos olhares das mundanas.

  Não há nada para os vivos? Imagine aos mortos?

  O pensamento é uma função de segundo complexa, é a ordem da desordem.

  Aqui, nesta banda do mei'du'mundo, sentado a mirar as estrelas, imaginando teu lindo rosto, minhas esperanças ou o que restaram delas entorna-se de memórias. Não vivemos nada ainda, sequer um segundo juntos meu grande amor. A batalha da vida não me distância dasalucinações do coração.

  Ao começar este livro senti-me desesperado, um tipo atrasado, com a vida amarga e metido a valente. O orgulho era minha força intelectual, e por pouco não antecipei meu próprio fim. Meus dizeres, desejos, valentia, dormem no abandono, ao relento do universo.

  "Aquele rosto, sorriso, corpo, a pele... (meu Deus, ajudai para nosso destino), as pernas, os cabelos loiros", o (Sinal) de nossa possível música, fazia tempo que meu coração não encontrava tanta alegria. Que palavra bela, à tanto que não escrevia, pois fazia tempo que não a sentia, com esses sentimentos, puros, verdadeiros, sem ilusões, tomado de paz... Sou o tipo de sujeito que esquece a maldade humana, entrevo-me na ciência do viver.

  A exaustão dos sentidos é uma força superior. Translúcida, almagama mareada, chuva inodora de compassos, sonolência disperta, computo os instantes, antes abatido, agora suprimido.



  Um ser sem ilusão, razoavelmente indeciso, decidido, fugi de minhas cadeias, abandonei minhas guerras, livremente percorro a presença de ser, estar, dando ponto sem nós.

  Tenho trabalhando no início deste ano como segurança, há desessete noites que não durmo, sinto-me surrupiado, teso de sono, o corpo descansa, mas a mente segue cansada, suportando as ilusões da noite, os desejos, vendo as atrocidades, as beldades, entregando-me novamente ao fumo, impaciente, sufocado, sem ação, controlando e sendo controlado por pessoas....

  A penumbra rasga meu sangue, de pulsos atados vendo o ardor do negrume celeste.











À Individualidade

Imbituba 19/01/2013

  É possível pensar no coletivo? Será... Na seara de um dia. Ou só lá no Ceará? Um dia quem sabe. Por onde for... Aonde somos? Um ser na totalidade covarde. Pensando sem repensar. Pisando sem andar. Os sons sustenidos, a voz sem abrigo, palavra ambigua, dolorosa, submersa na decomposição.

  Por menores instintos se entregamos a vontade, ao verso, ao sentido, a luxuria, o gozo "infrene", uma tal gula de ambição. "Pra mim pouco importa quem tu es, desde que sejas mesmo tu", são tantos temas em conjunto, tantos conjuntos sem temas. Sou do errado tema a foz do possível problema.

  As espécies lutam entre si, e é por "qualquiere" meus bons leitores porteños, uma obsessão significativa, para e através do parecer. Esquecemos pois a fé manchando os latrócinios, é verdade, bem sei, "querem fazer roubo seguido de morte", mas aê, isso na cadeia é crime mais que hediondo, tem que ter responsa pra assumir as responsas. Tem que ter peito pra aguentar o tranco lá dentro. Tem que ter moral pra fazer e correr o risco de sujeitar-se o que o crime proporciona. Por isso ando de encontro ao amor, farei um crime mais que perfeito, roubar teu coração com ou sem permissão, porquê vontade não me falta. À individualidade, meu amor. Tu matas desordenadamente, por seres que se acham deuses inexistentes, pobres de carinho, amor, respeito, amizade. Secos de ambição, pode até ser rico, mas mesmo assim é o pior dos mais pobres e fudidos, pois não tem ânimo, não tem "ninguém pra dar uma mão", pode viver na lama de diamantes, mas sempre encontrando carvões. As vezes trilhamos um destino diferente. Contraí-se... Cogimina-se... Estufepa-se... Doma-se... O que come-se.

  Os raios que luzem na minha mente eclodem com a terra para deixar seus cristais, tomabamos o próximo afim de manter-se em pé.

  _ Não se pode fazer uma ruptura na lacuna.

  Meu ser "enojado", ao revês do amor suporta quase todas ofensas, (quase), cruza destinos, atravessa presentes pairando em futuros... Passa percebendo fingindo despercebido, também sou um puto, cafajeste, culto, filha da puta, mas não sou covarde, idiota, ambicioso, mesquinho, tampouco ouso lograr o ser que atravessa meu caminho. "O justo passará pela vereda", a poesia me sustenta, mais que pães, frutas, e a borralhera de verduras que ousam constituir como alimento, pois o interior, ainda assim meus caros, seguem famintos, vazios, secos e destruídos pela fome que nunca há de cessar, (a infelicidade). Só nessas horas esqueço dos egos humanos, e lembro perpetuamente da pessoa ruim que já fui, má, de más intenções, mas como vos repito, a poesia é meu pão, me cura, me sacia, assim como as palavras do Altissímo, do Santo dos Santos, o Rei dos Exércitos que virá para fazer enxerte nessas cabeças de miolos ocos, podres e maléficos desde o raiar dos dias, as sombras da noites. Só nessas horas esqueço desses falsos sorrisos, beijos e abraços maliciosos.

  _ Ter virtude por aqui, é quase igual a ter humildade... Por que uma dessas duas aqui é mato.

  O pensamento noturno reduz os impactos diários, trovemos pois a qualquer tempo, à quem interessa o futuro? A mim? A tu? Pouco importa, pra quê futuro onde não há importância do tempo presente? Pensam que dançar lama é majestoso... Só depreciamos o presente meus caros. E avivando cada dia mais o morto, e passado triste.



  De que vale a riqueza? Se sois de corpo e alma! Além do mais, todo desejo e riqueza interior uma hora acaba... Quanto mais a exterior. E já é mais do que bem dito; "o que vem fácil, vai fácil", não diria eu que sois o que minha tempestade temporal deseja, (até o mais feliz dos coitados tomem nota), _ te sentis vivo na putrefação. Eu não!

  "Em terra de cego, têm nêguim que num merece ter um olho". Os fortes também dormem, já vi gatinhos humilhar pittbuls! Ao dessangrar-se no mercatório, sabemos que;





"o inglês não canta senão quando bebe".

(Almeida Garret)

  Sinto conhecer sons, sonígrafos, possibilidades impossíveis, execrável de um espadeiro, cutileiro, à mirar o obelisco, ensoberbeço-me, vendo nos textos de Camões, "Os Lusíadas", toda sua teologia, mitologia, de seres muxoxos, sarapintadas, perdidos no frontispício.

  À individualidade tornou-se peculiar, chamando-me o pensamento, _ pois ainda sim, o corpo recusa essa voz matinal de um grosseiro estranho longe do poder e da fama. A mente exausta, o coração frenético correndo meu ser, não sufoca mais os meus batimentos.

  A vida, a glória, passou sobre mim.

  Uma saga sem placa, tornando-me próprio, à procurar o hábito da razão.

  O silêncio é crucial ao poeta, _ não para à individualidade.

  Está parece querer rebaixar o coletivo.

  Andaís só,

  Nos teus caminhos,

  Almas'sem'penas'penadas,

  Não tens algo a dar,

  Tampouco à tomar.

  Faça de teu rumo,

  Uma trilha,

  Um caminho,

  Sem lamentos,

  Para si.





Poema da Individualidade





A rua me ensinou,

Mostrou-me sem dó,

Sem pena, acalanto,

Paz superior.



Com seus sonetos violentos,

Toda superioridade individual,

Que as vezes,

A felicidade encontra-se onde não vivemos.



Assim como o verdadeiro amor,

Que se conquista,

Não se dá, não toma-se!

Sendo superior, ao que imaginamos sentir.



Mesmo assim,

Os corpos se perdem,

Eu só desejo verdadeiramente,

Esquecer a audácia.



Busco simplicidade,

Tonante, rabiscada, vivida,

Regendo meu lado esquerdo,

Apoiando o direito.



De ir, vir,

Ver, sentir,

Ser tudo que sou,

Nos braços de quem me faz feliz.





A Primeira Fresta

Imbituba 22/01/2013

  Quais dias são estes... Preenchido novamente. O calor varre o ocultismo, poéticamente falando, é verdade.

  O fruto apresenta seu sabor, sem que o prove, apenas vendo as formas, cor da pele, naturalmente sedutora.

  Não é mais mística, tablado, apresentação... Cálido, puro, inquestionável. Minha face raja de felicidade, sem conhecer o ínicio, sem imaginar o fim.

  "Os olhos daquela moça ao encontrar-se nos meus faz parar o mundo", e avisa ao Raul que eu tamém quero descer...

  Há tempos não sentia uma paixão infantil, deixando o sangue quente, a voz quieta, o coração elevado ao céu em milhões de quadrados.

  _ Porquê es tão sentimental poeta? Não sabes que isto hoje é em vão. Parece vil aos olhares maliciosos. Há sobrrba dos homens. A humanidade desconhece por muitos quesitos a palavra amor e seus sentimentos. Pureza hoje em dia, só se for da coca, do ácido, da bala... Onde foi parar tua infinita força? Os rojões de palavras? Sabes tu que não es delicado, e tão moderno quanto outros tantos que usam e abusam da facilidade dos tempos. Es agora doçura, não mais verme?

  _ Sentis a força legítima? Tua insensatez anda cada dia mais escassa. Não te revoltes, tua alma é boa, precisa de um amor delicado, já fostes desalmado, hoje es perdoado. A ti foi-te concedido as lágrimas, e ainda assim conseguis rir delas, pois é poeta, sôfrego, tem o álibe com a saudade, e saber fazer licenciaturas com os ressentimentos, es como vários tem dito, "gênio", puro. Por procurares isto tão verdadeiro, caiste em fantasia, em dores, mas encontras sempre, sem dor nenhuma, e vergonha descarada, a realidade.

  _ Deves tu predominar bruto? Não! Não mesmo! Até eu, que sou teu subconsciente, vos digo que estais certo, pena que tudo mudará em tão pouco instantes, os anos vindouros em que estamos parece reprovar esses atos. Desacreditam verdadeiramente deles. Não caía nessa de ficar, ou sequer pensar, em ficar fechado e cheio de cuidados. Meu caro, para quê tanto talento, presença natural, conhecimento popular, intelectual, se fechas a porta da vida, o coração?

  O homem sem coração, torna-se uma pedra. Incomunicável com o mundo, sobrando aos cantos, imaginando sonhos tão fáceis de se conquistar.

  Sinto renovado ao te ver "índia loira", descalça, semi-nua, seus largos cabelos molhados, o calor do sol, o mar, teu andar, pisando firme, marcando a areia, arrepiando meu corpo e sentidos. Não há guerras em meu interior como dantes, tampouco uma paixão infernal como à de Dante.

  "Toda distância tem um destino sem sentido".

  Estaríamos próximos? Porque sinto-a fortemente em mim, assumo meus sentimentos, "sonhos não", é pura realidade.

  Um caso à parte passou-se, estava de canto, matando o tempo, bronzeando a pele, pensando na batalhas que enfrentei em dois mil e doze, um ano que pensei não acabar, morto ou vivo, pois quase extingui minhas capacidades e forças... Lavando eu a mente e o coração no grande mar de quando em quando, fitava os arredores, o brilho azul das cristalinas ondas, e perguntando a mim mesmo...

  _ Será que hoje ela vem?





À Vista

Imbituba 22/01/2013

  Qual preço será isto!? _ Meu senhor, dai-me forças para suportar este sono... Lavo o rosto, a alma, para sentir o vento correr friamente sobre minha pele.

  Os olhos quedam, eu em silêncio voraz, fome, desejo, esperança corta com brilho imune as', tantas horas sentidas, horas suprimindo os trajetos, os feitos, "a estrada para caminharmos", pois só, já não consigo.

  Disputo na minha solidão a vida, a verdade, a capacidade eclodindo os setimentos em diáfragmas mentais. Meu coração leve, totalmente preenchido por ti, sobra voz, carinho, devassidão de paz me rodeia. Toma conta dos instintos como a febre que me toma ao ver-te, sem ter sentido um toque, um cheiro, ver o sorriso de perto, escutar a voz, a preciar o vermelho de teus lábios, "a verdade do olhar", é uma coisa de outro mundo nesse mundo, de deusa e semi-deus, de sábios normais que falam mutuamente, numa conectividade louca, imprevisível, inflando o que a vida tem para incendiar...    Meu pensamento perde-se,tenta viver o encontro.

  _ Estamos à vista? Prazo longo este que nos rodeia, o maior dos preços, sobra valores sem divídas, de nada sabemos, só nossos olhares resgatam um futuro, nunca estivemos ao passaodo, vamos ao livre instante de nossas vidas. Que apresenta suas audácias e confianças, pelo que se sente, feito a paz de Deus nos unindo, para o hoje? Amanhã... Sempre?

  _ Aqui estou, para tudo. Desde que seja com você.

  Sentir ilusões verdadeiras para mim, é alimentar o romantismo... Em imediato momento, para sucumbir o amor, a nossa paz de cada dia.

  A voz parece brilhar sobre essa visão encantadora, minha poesia corra do castigo, da estrada de espinhos, caminhou tanto tempo assim só apreciando as flores, os seus pés feridos relaxam nas areias do além'mar, além'céu, sugando na maresia toda sua doçura.

  Mostra-me tua beleza... Exijo nossa presença. Até quando suportar tanto segredo? Nada me agrada neste mundo do que à ti.

  _ Minha vida clama por ti linda!

  Arruma-se para mim... Ou para voce. Eu gosto de qualquer maneira. Minha paciência é longa, tu bem sabes... Hoje, amar, é muito breve.

 





Deus, Ela e Eu

Imbituba 01/02/2013

O amor, o amor, o amor...

Deixa eu te ver mais de perto,

Venha escutar a cançao que fiz.

Sem letras nem dados,

Rostos e abraços,

Acordes pensados,

Nas noites sem dormir.

Quem nunca pensou,

Quem nunca sonhou,

Quem nunca se entregou.

Eu me deixei levar,

Eu me deixei levar,

Por ti.

Porque a vida segura,

O que a alma perdura,

Meu coração sem amargura.

Os pequenos atos,

São grandes sentimentos,

Os olhos em ti perdidos,

As vozes correndo por dentro.

Me inspira deusa,

Com os ares do céu,

Minha carne transporta,

Tuas cores ao papel.





Ajuste... Sem Contas.

Imbituba 14/02/2013

Proferi,

 Menti,

 Abusei,

  Fui o que tinha que ser,

  Até quando quis,

  Mas sempre soube que posso ser outro,

  Outro sempre fui sendo eu mesmo.

  Fostes ao cápitulo que escrevi com que permissão?

  Quem es para adentrar em minha vida?

  Estamos soltos e para sempre separados.

  Não há lágrima mais bela que as verdadeiras. Não há dor mais original do que a que se pode fazer o peito e alma dilatar-se. Não há pessoa que não se perca quando todas as propostas são mediantes a "propostas", quando todas as propostas são domínios, e quando todos os domínios acabam por ser um abuso.

  Faço da escrita minha arma maior, da escrita meu alforge matador, minha ira de paz. Aqui sou quem sou e não quem querem que eu seja. Filho de Deus, homem de paz, pessoa honesta de vontades expostas e verdades abertas, amigo, parceiro, poeta, trabalhador, operário, entregue as lacunas da vida, pois não me encanto por mares abertos, ilhas conhecidas, e não vou fazer de meu corpo uma personificação do pecado ou tampouco da preguiça, e como disse hoje para alguns muleques, pois acredito que estes ainda viveram pouco, não da vida que Deus nos tem dado, mas a vida do mundão, da malícia, onde se é o que é, onde o filho chora e a mãe não vê, e caso está veja, irá se desesperar muito mais...

   Eu me sinto ávido, levantado pela força maior do espírito santo, na paz e amor de Jesus Cristo, que foi dilacerado por homens venenosos, que foi sucumbido por covardes, e acredito plenamente, que Deus não vai permitir que seus filhos, "os bons filhos" morram em vão, ele já nos deu um filho para que matassemos e continuassimos com nossa vidinha de absurdos, mas dessa vez não, ele sabe bem o que é a humanidade, e seu coração cheio de amor, pura justiça.

  Aos traços do amor, só espero que meu coração venha se entregar, conhecer e viver suas máximas emoções com toda paz e serenidade que carrego, não desejo nada de ninguém, e quando falarmos de amor, devemos respeitar o próximo, seu jeito, atitude, personalidade, e quem ama, anda junto, não busca aparecer separado... Meu corpo, alma e coração, anda errado, confuso, estava tão plenamente acertado, e tomado de decisões que agora só resta saber quando o destino, a vida, situação, e tantas outras falcatroas do dia-a-dia vai mostrar a realização dessa autoridade máxima que o papa renunciou a cada dia de sua vida.

Meu amor,

Eu te espero,

__ e tu?

O que fazes.





Entre o adeus, e o breve, a existência...

Imbituba 16/02/2013

Quantos passos por ti?

_ Quando passo por ti...

Sem ti, a mim mesmo, só resta correr.

O verão está passando rápido, "veraneio vascaína", sem esquina, sou eu na praia, com saudade de "Sina", (Um Amor Puro), nunca tive as canções de meu conterrâneo tão vivas.

Calor-noite-dia. Juntos separados... Misturado aos olhares, a mesma solidão ao fim do dia me bate.

_ Quanto tempo sem amor poeta? Por onde andas tu? Teu espírito livre perdeu-se... Como vives de incerteza, violando os desejos nos dedilhados solitário.

Nada parece passar. Quanta demora na vida, esse aperto intercalado de sensações explosivas, detonando a mente, surrupiando emoções, espancando o coração.



Sua beleza de "Meu Bem Querer", te ver deitada na areia, (com as curvas do Rosa), nesse teu olhar púrpura, mesmo que de longe, satisfaz-me, me faz ganhar o dia.

_ Sem loucuras verdadeiras somos infiéis ao pensamento.

Como tem vibrado este meu coração, paixão serena, racionalmente louco, já não adianta descansar, durmo e acordo com ti. Não sei quem sou mais, toda minha dureza quebrantou-se.

"Amores se ligam,

No pequeno olhar"...

Já tentei te queimar, rasgar, arrancar de dentro de mim, só que dia após dia agiganta-se, de um grão transformou-se um colosso.

EMOTIVO,

SENTIMENTAL,

RASTEJANDO UM OLHAR!

_ Que caminho é este que andas poeta?

O sorvete,

De meu sabor,

Tem seu gosto.

_ "Flocos". Parece mel...

A composição do poema demora, o sorvete derrete, falo de um lado para outro, toco o violão, "revejo tuas curvas fixas nele", em sua malícia selvagem, (som do meu interior), rainha dos meus dias.

As vezes,

Me vejo no palco feito Djavan,

Mas lembro que sou teu fã.

Contínuo, continuo... Sendo ou não, a voz é a mesma, o coração, este; sinceramente... Bem queria. Saber o quê?

_ O desconheço!





Vermelho

Imbituba 17/02/2013
O coração,

Grudado na parede,

Do meu corpo,

Quase caí.

Ao te ver,

A vibração nos teus olhos,

Seduz a paz,

De meus instintos,

Em tua selvageria,

Quanto tempo ainda resta,

Eu não sei mais.

Se fico ou vou,

Nas asas do destino,

Aos braços desse amor.

Se tua voz,

Ainda é surda aos meus ouvidos,

Porque meu corpo domina?

Ar que eu respiro,

Sol do meu dia...

Os pecados da vida,

No vermelho de teus lábios.

Um dia seco,

Madruga-fria,

Solidão de meu ser,

Entusiasta.

De meus passados em cinzas,

tuas cores renovam,

Rosa-vermelha-amarela,

Flôr do meu interior.

Campo, praia, fazenda,

Desertos, favelas, cidades,

Em tuas mãos,

As minhas chaves.

Tu quem me das o tom,

Na tua pele o Leblon,

Não vejo mais.

Sigo pelas areias,

Percorrendo tuas águas,

Vivente da sua voz.

Ar que eu respiro,

Sol do meu dia...

Os pecados da vida,

No vermelho de teus lábios.


 


Humberto Fonseca