sábado, 19 de dezembro de 2015

Minha Cultura - Prosa Poética: Humberto Fonsêca

 
 
Minha Cultura


 Novamente sobre a superfície desses celestes instantes, me proponho a confidenciar meus múrmurios sobre as tempestades inexistentes. O remédio é desconhecido, e a cura impossível, já que a doença pessoal e a decisão é uma solução que devem serem tomadas uma por vez.

Dias impossíveis,
Noites intermináveis,
Horas inacabadas,
Minutos que não passam,
Segundos que não contam.

Em toda espécie de pensamento sem fragilidade, a cada recomeço, em cada tomada de decisão, o parapente da alma se distraí com as realidades quase impossíveis, quase irreais, afinal de contas, a vida tem esse sabor de estância bela e desconhecida.

A beleza estar em ser,
Sem ter,
O que quer que seja,
O que quer que se tenha,
O que se quer, e o que sequer imagina.

 Travando as batalhas que não comportam nossos miúdos e desmiolados causos confusos, nas impossibilidades cruéis de ter o que realmente se precisa para viver, o que se realmente precisa ser para se conhecer, não como produto fútil, mas como a realidade pode nos amparar nessas nostálgicas solidões imprevisíveis, onde poesia é alimento, sustento, força intelectual, e sobretudo pessoal para manter todo corpo preparado em uma única manifestação de mostrar aos conhecimentos cabíveis tudo que ainda está desconhecido.

I Bienal de Graffiti de Belo Horizonte
 





A realidade choca,
O abstrato confunde,
A paciência se devora,
A gratidão espera,
Em doçura salobra...





Esses dias, quase que incoerentes nas minhas retinas acesas de sonhos, os olhares não conseguem perder-se um único instante, a mente sem revolta tenta e consegue, com muita luta e aflição criar inspirações vividas, ou quem sabe que possam serem revividas, substituídas, nas melhores e piores condições deste tempo irreconhecível na minha falácia grosseira sendo cooptada em naturais satisfações contraditórias.

Dias esvaziados pelos ocos distúrbios,
Noites devoradas pelo pouco sono,
Manhãs apagadas em instantes sonhos,
Tardes totalmente parciais,
Sobre madrugadas de aurora vindouras...

 Sofrimento é o doce sabor da vitória. Nesta reinvenção invariável, sem misticismo, na tática contra os opressores, desencadeando as mais distintas explosões pessoais, sentir é melhor que pensar, e as vezes pensar, é simplesmente impossível, apenas forte e imprevisível para conseguir os objetivos. A realidade não figura, ela transcende todo comportamento esquecido.


Graffiti: Rica de Luca 




Metropolitana, afro-regional, utópica,
Viés de contradição,
Amparo de solicitude,
Solenidade de bravura,
Confusão de solidão,
Martírio de venenos instintivos...


 De mostrar nas adversidades todas as nossas capacidades, solitários e instintivos nos momentos de íntima perseverança mútua, acreditando um no outro, tocando livremente em todos os espaços, ocupando cada canto escondido de nossa mente, solicitando a todos os nossos desejos que possam ocupar cada parte de nossa mente através de nossos sonhos que foram conquistados em todos os momentos de lutas pelos objetivos que nunca escondemos, somos hábeis ao tocar, esperar, entreter, usar a arte afim de parar os momentos mais importunos, afim de saber e conhecer a chama que corre dentro de cada um, onde o peito arde e as esperanças afloram, onde temos que acalmar os ânimos e lutar bravamente com a paciência e disciplina que os verdadeiros combatentes são capazes de instalar nos mais altos estágios de sofrimento que a vida nos possibilita para induzir todas as nossas expectativas em realidades que nossas observações e trabalho alçam, enfim, alcançam a nossa perseverança em simplesmente, entrar em qualquer campo para o duelo bem combatido, e a vitória mais que esperada depois de tanto trabalho árduo.




"Se as ordens não eram claras, era culpa do general que os soldados não obedeciam, mas se as ordens fossem claras eram culpa dos oficiais subordinados se as ordens não eram obedecidas".
Sun Tzu




 Nessas estradas que tanto percorremos, a luta se faz presente, é cada dia uma batalha, e cada sentimento uma nova alucinação que desencontra as mais esperadas soluções dos delírios em nossos objetivos, os seres não suportam as pressões cotidianas, enraízam suas passagens pelos cantos e tentam nos esconder em labirintos que conhecemos bem todas as saídas, vencer não é apenas uma simplicidade natural de nossa exposição, mas uma técnica alcançada por definição de trabalho e tempo, é hora de crescer e não se importar com o ataque inimigo, pois não estaremos mais enfrentando a nós mesmos, mas sim um inimigo que também fez seus sacrifícios para chegar até este momento, mas sem que possamos esquecer, da nossa capacidade, da nossa força, do nosso poder coletivo ao lutar nessas guerras que parecem serem infinitas, solidarizando ao conhecimento que todo grande mistério na vida sempre tem um fim, preocupamos em certificar-se de que não basta "vontade e solidariedade", é preciso presença de espírito, estar aguerrido em suas virtudes conhecendo cada instante sem presumir ou aguardar que as soluções cheguem aos nossos pensamentos. Testar as capacidades é um erro, pois já deveríamos conhecer nossas virtudes e conhecimento pessoal para quebrar as barreiras mentais que podem ser transpostas ao invés de resvalar em nossos conceitos atrás de uma postura de opinião ou crença, os valores do ser humano são preciosidades desconhecidas e intocáveis, mas a nossa inteligência e perspicácia é uma invariável da qual os mais hábeis guerreiros podem conhecer sem ao menos esperar de onde veio a experiência e técnica exercida através da arte em esperar o momento oportuno para a grande virada de soluções e sentimentos.








"Use um ataque direto para combater, e um ataque indireto para vencer"
                                                        Sun Tzu









Com a falseabilidade,
De uma poesia qualquer,
Ainda vou conhecer,
Deste que é o tal,
De amor.

 Do amor próprio, essa substância real que nos faz cair em trilhas e armadilhas de sentimentos paupaveis, onde conseguimos tocar nossa essência, que assim como a fé, exige de nós a total confiança e percepção para assimilar com consciência até onde podemos ir e suportar nossos próprios registros de inconsciência.

 Nascemos com propósitos? Crenças? Instituições? Governos? Padrões estéticos e culturais moldados? Pode ser verdade, ou não pode?  Mas para o ser, a criança, está completamente fora de cogitação, todo este ambiente será moldado pelos pais e por suas escolhas perante aos moldes de conhecimento e educação que serão empregados para formação adulta. O que influencia o nosso conhecimento sobre estes fatores relativos a vida comum é a formação que vamos aprender durante nosso período de crescimento familiar, este sim podem interferir na formação do indivíduo e assim formar uma postura social da qual o ser humano possa ser inserido, verificado, testado, da qual ele faça parte para um todo não como um objeto, pois, se suas diferenças e pensamentos não forem assegurados pela liberdade individual estaremos também comprometendo todo um período de conhecimento intelectual do qual eu só posso associa-lo a repressão. E a repressão familiar, é um duro contágio para os saberes de qualquer criança, jovem, adolescente. Assim como podemos seguir o time que o pai torce, as novelas que as mães assistem, o ser humano também pode ser completamente diferente ao alcançar sua maturidade. Pois assim sendo teríamos um boneco criado para assegurar as vontades pessoais de futuros "projetos", não de uma vida comum que vai se apresentar no futuro com suas próprias escolhas e valores, crenças e capacidades, e principalmente, será um ser quase incapaz de lutar com as forças da natureza, com os conhecimentos distintos e imprevisíveis, pois em um universo metafisico, estamos em vantagem por ser racionais, mas nossos instintos devem estar apurados para desenvolver diferentes conhecimentos em diversas partes da vida e os seus mais diferentes momentos, sejam eles criados para tal evento, sejam eles a fonte de toda uma vida, ou sejam eles inusitados, sendo este ainda mais grave, pois o ser humano sem o autoconhecimento e formação crítica, analítica, social, dificilmente saberá julgar suas capacidades para enfrentar as adversidades da vida cotidiana. Mas, caso este tenha um futuro reservado, tipo rei, príncipe, (o que já é muito raro na sociedade atual), estaríamos criando filhos e conhecimentos totalmente retrógados e distanciados dos métodos contemporâneos do qual fazemos parte.


Quem garante que o ser humano pode ser completamente ajustado a métodos educacionais? Será que estes professores (de uma dita escola assim digamos) estão completamente fora da casinha ou adentrando aos martírios dos desejos pessoais ao praticarem preconceito e repressão social como uma forma autentica de educação institucional? Quem garante que uma educação institucional, governamental, ou até mesmo privada é um método de excelência, sendo que ao nos tornarmos adultos teremos que exercer o auto conhecimento como ferramenta "mor" para nos guiar aos fatos cotidianos e assim poder discernir a razão e a moral o certo e o errado, entre outras esferas sociais do conhecimento humano. Assim como as ferramentas desconhecidas não existem dúvidas quanto aos saberes? Não existe dúvidas da sua própria existência? Não existe dúvidas sobre os conhecimentos? Não existem, diferentes visões de mundo, espaço, e lugar?

 Tendo como um molde de visão, dona de invariáveis, podemos definir que assim nasceram as pequenas e grandes cidades, e sem elas, não podemos memorizar nossa história dentro de qualquer sociedade, pois:

"A paisagem é objeto de mudança,
constante e obrigatória,
sem fundação ideológica."


Humberto Fonseca



 

Olhares Entre'Linhas Poesia: Humberto Fonsêca

 
 
                Olhares Entre'Linhas...

"Meus dons e poesias foram adquiridos em lugares inóspitos, subalternos, nos vãos do submundo, em guerras contra as estrelas mortais superiores, nesses efeitos sem molduras de uma galeria de arte montada aos cacos e espetáculos da subjetividade nunca sentiram-se enfraquecidos, meus dons e poesias, e pelo mais adjetivo sentido que possa dar; toda condição contrária é a forç...a propulsora para que possa se reencontrar com a minha essência, minha naturalidade, minha capacidade, minha maturidade, e se em algum momento parecer que foi abalada, não desespero-me, pois sinto que meu renascimento pessoal não foi criado através de nenhum movimento ou arte".

Só o tempo pode definir o final do combate.

Nossas transpirações, em viver aguçadamente diante das batalhas, é o que transforma a inspiração em um simples trabalho, de ser, existir, estar presente e assim transcender as objeções, pois, não fomos obrigados aceitar certas pautas, conselhos, manifestações...

    Aceitar o que? de quem? porque? para quem? se os benditos não sabem o que fazem ou se sabem, cabe a mim dispersar minhas energias em contra-tempos isolados de um caos do qual se conhece?

    Todo aprendizado não-formal, pode e deve, tornar-se conceitual, depende de quem vê, depende de quem olha, depende simplesmente, de você.

     Será que nossas opiniões ultrapassaram a consciência e o saber coletivo? Seríamos nós ainda movidos ao autoconhecimento? Ao conhecimento deliberado? Ou as formações políticas majoritárias atuantes? Esquecemos do Hurricane que existe em nós? Se somos nós que em algum momento pagamos nossos estudos, quem pode ditar ou discutir nossa educação? E todo aprendizado e conhecimento adquirido ao longo dos anos, será que foram eles ensinados por qualquer inconsequente desprezível? Será que tantas bombas e socos na fuça foram apenas para ter um bom treinamento e suportar as dores? Será que todo preconceito entre esses mundos conceituais e acadêmicos é apenas para ser mais um ser podre destes pensamentos populistas endêmicos e racistas? Será que não pode haver orgulho individual pelo que se sabe, pelo que se conhece, e principalmente; pelo que se domina com arte, nunca com violência? Será que nos tonaremos tão mais miseráveis que os miseráveis que imploram? Será que estaremos no meio de um furacão sem sentido criado e propriamente dito para iludir vossas concepções? Será que meras "conexões", "contatos", "significados", "simbologias", "códigos", vão continuam valendo mais que seres humanos de verdade?

Humberto Fonseca

#sóotempopodedefinirofinaldocombate