quinta-feira, 16 de junho de 2011

Abaixo-assinado Terra e Justiça para a Comunidade Tradicional dos Areais da Ribanceira, Imbituba - SC Do blog: Periferias Paulistas

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quinta-feira, 16 de junho de 2011


Abaixo-assinado Terra e Justiça para a Comunidade Tradicional dos Areais da Ribanceira, Imbituba - SC



Eu já fiz a minha.

Abaixo-assinado Terra e Justiça para a Comunidade Tradicional dos Areais da Ribanceira, Imbituba - SC

Para:Ministério Público Federal - Procuradoria da República em Santa Catarina

Os signatários da presente petição MANIFESTAM IRRESTRITO APOIO à luta da Associação Comunitária Rural de Imbituba (ACORDI), pelo reconhecimento e legitimação do direito da Comunidade Tradicional dos Areais da Ribanceira de Imbituba em permanecer no seu território tradicionalmente ocupado.

Apoiamos à Ação Civil Pública (ACP nº 5000356-89.2010.404.7216) ajuizada pelo Ministério Público Federal (PRM Tubarão/SC) em agosto de 2010, contra as empresas Engesul Indústria e Comércio e Sulfacal Indústria e Comércio de Gesso, com o objetivo central de garantir a posse das terras para a comunidade tradicional dos Areais da Ribanceira.

Somos solidários a esta causa, sobretudo, porque estas empresas adquiriram de forma irregular terras públicas utilizadas por sucessivas gerações de agricultores e pescadores artesanais de Imbituba. Esta comunidade desenvolveu formas específicas de apropriação e uso dos recursos naturais, baseada, sobretudo no trabalho familiar e no uso comum das terras da região, por meio do cultivo itinerante da mandioca, a extração do butiá e o uso de plantas medicinais.

Estas práticas tradicionais são reconhecidas pelo Decreto 6040, de 07 de fevereiro de 2007, que Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT). Em seu artigo 3º a PNPCT define Povos e Comunidades Tradicionais como “grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição”.

A Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) também está em concordância com essas reivindicações, ao ressaltar em seu artigo 14º que “dever-se-á reconhecer aos povos interessados os direitos de propriedade e de posse sobre as terras que tradicionalmente ocupam. Além disso, nos casos apropriados, deverão ser adotadas medidas para salvaguardar o direito dos povos interessados de utilizar terras que não estejam exclusivamente ocupadas por eles, mas às quais, tradicionalmente, tenham tido acesso para suas atividades tradicionais e de subsistência. Nesse particular, deverá ser dada especial atenção à situação dos povos nômades e dos agricultores itinerantes”.

Ressaltamos assim, que queremos garantia de terra e justiça para a Comunidade Tradicional dos Areais da Ribanceira de Imbituba.

Os signatários



DE: Coletivo Luta e Poesia


Solidariedade à Luta em Imbituba/SC

 
Moção de apoio a luta da ACORDI (Associação Comunitária Rural de Imbituba - SC)


A ANE-L (Assembleia Nacional de Estudantes – Livre) diante dos recentes acontecimentos na cidade de Imbituba - SC vem a público defender a luta dos trabalhadores rurais e comunidades tradicionais manifestando seu apoio à ACORDI (Associação Comunitária Rural de Imbituba) que está lutando para permanecer no seu território tradicionalmente ocupado e mantido há mais de 200 anos e pelo reconhecimento legal do direito da Comunidade Tradicional dos Areais da Ribanceira de Imbituba. É fato que esta comunidade desenvolveu formas específicas de apropriação e uso do território baseada no trabalho familiar e no uso comum dos bens naturais por meio do cultivo itinerante da mandioca, a extração do butiá e o uso de plantas medicinais. Portanto, é esta comunidade que possui de fato o direito de viver e reproduzir-se nessas terras.



As empresas Engesul - Indústria e Comércio e Sulfacal - Indústria e Comércio de Gesso querem remover esta comunidade de suas terras e conta com o apoio da justiça de Santa Catarina e da policia. Repudiamos essa ação que visa entregar as terras de uso comum pertencentes a uma comunidade tradicional a empresas privadas que compraram as terras a preços irrisórios em uma negociata entre o governo e empresários.

A luta dos trabalhadores para barrar essa fralde, a apropriação de forma irregular das terras públicas ocupadas por sucessivas gerações de agricultores e pescadores artesanais de Imbituba/SC, é a nossa luta.

Para mais informações existe uma Ação Civil Pública (ACP nº 5000356-89.2010.404.7216) ajuizada pelo Ministério Público Federal (PRM Tubarão/SC) em agosto de 2010 contra as empresas Engesul - Indústria e Comércio e Sulfacal - Indústria e Comércio de Gesso. 
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foda! as vezes é , amazonas,
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confira. ajude. divulgue!
Humberto Fonseca

quarta-feira, 1 de junho de 2011

De: Luís Delfino

Achei aqui uns poemas de Luis Delfino, poeta de Desterro, Santa Catarina, muito interessante a linguagem sei-lá, digamos; fria, gélida. a típica mortalha do sul que cobre a alma deveria estar nele encorpado.  simbora.
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ALTAR SEM DEUS

Inda não voltas? — Como a vida salta
Destes quadros de esplêndidas molduras!
Mulheres nuas, raras formosuras...
Só a tua nudez entre elas falta ...

Pede-te o espelho de armação tão alta,
Onde revias tuas formas puras;
Pedem-te as cegas, lúbricas alvuras
Do linho, que a Paixão no leito exalta.

Pedem-te os vasos cheios de perfume
Os dunquerques, as rendas, as cortinas,
Tudo quanto a mulher de bom resume,

Escolhido por tuas mãos divinas...
E sai do teu altar vazio, ó nume,
A tristeza indizível das ruínas ...

CADÁVER DE VIRGEM

Estava no caixão como num leito,
Palidamente fria e adormecida;
As mãos cruzadas sobre o casto peito,
E em cada olhar sem luz um Sol sem vida.

Pés atados com fita em nó perfeito,
De roupas alvas de cetim vestida;
O tronco duro, rígido, direito,
A face calma, lânguida, dorida...

O diadema das virgens sobre a testa,
Níveo lírio entre as mãos, toda enfeitada,
Mas como noiva, que cansou na festa.

Por seis cavalos brancos arrancada...
Onde irás tu passar a longa sesta
Na mole cama, em que te vi deitada?!...

Luís Delfino