sábado, 5 de janeiro de 2013

Hoje é meu dia...

 _ é o que dizem a porra das datas!

 essa mania marcadora da humanidade superior de nos consagrar involutariamente um cartão, um registro, uma carteira de trabalho, ou aquele RG que você ainda vai tirar... e daí que eu nasci hoje? quantos anos teria mesmo se não precisasse lembrar a "tal data?"

 o que seria trágico e efêmero perto de nós? a consciência? essa vozinha ego'cítrica perpertuada de calúnia e majestosa volúpia? um vox'populi? _ para onde seguiamos mesmo? será que o mundo pode mesmo ser visto apartir de um olhar? um simples e maldito olhar seria capaz de desvendar as fendas claras, escuras e peculiares da nossa obstinação em procurar o que nunca esteve oculto?
 _ a vida, está diante de nós, e faz tempo... quem não sabe só pode dizer que não viveu.

 sabe, _ não, não sabes leitor... tinha tempo que havia esquecido de perceber os seres humanos... no máximo concentrava-me em uma gostosa que passava diante dos olhos... mas voltei a sobre'ver os (falhures), o que chamo de "casca grossa também se descasca"...

 as histórias são feitas nos olhos... nos meus olhos... nos teus olhos... e no deles também... pois bem, digo vos que toda configuração em algum momento se esvai.

 meu amigo, nesse mundinho de merda, nínguém é de ninguém. compreendeu a piada, charada, sei lá... compreenda, e que os fatores não alteram a ordem dos produtos.

 volto-me, a data... marcação. selo de gado humano para sintetizar o controle... de alguma coisa serve essa tabuada mundana que só reproduz a capacidade de somar, subtrair, multiplicar... dividir que é bom, nada!

 a cada dia, eu percebo pelo presente todas fendas do tempo. é onde me situo com as situações, tempo, espaço. já que a capacidade de leitura do homem é insuperável, pois parece não conter sua magnitude e ancetralidade de uma maneira digna, ou do contrário não sabe exercer com confiança e técnica as mudanças que nunca param de sucumbir nosso futuro.

 ultimamente tenho lutado por minha paz interior, minha capacidade neutra, meus útensilios de vida, e não de guerra... pois já sofri tudo que tinha para sofrer, e ainda não vivi um terço do que desejo viver. é suplantar os momentos dignos e honrados de sofrimentos para um repouso num futuro próximo.

 ainda sou poeta de corpo e alma.
 voz e vida.
 tensão e tenor.
 das cordas da vida, só desejo um pequeno fio.



 Humberto Fonseca

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