domingo, 9 de abril de 2017

A Meditação do Falar - Poesia: Humberto Fonsêca

A meditação do falar


Um menino poeta,
Uma menina visionária,
Cresceram juntos,
Apartados de muitos.

Poucos anos de amizade,
Transformaram-se,
Em séculos,
De respeito.

Você é tão especial,
Que meu silêncio não me incomoda,
Apesar das frases, pensamentos, palavras,
Saltarem,
Do coração para os olhos...

Se meus olhos,
Contido, incontido,
Contigo falam em silêncio,
É a timidez do meu carinho em desalento.
É a cor que falta ao "artista tímido",
É a poesia escondida sem entrelinhas,
É a notícia de que um encontro nosso,
Relembram vários encontros.

A saudade nunca se aparta,
Um minuto, uma hora, um dia, um mês, um ano,
Quantos anos?
Já foram e vieram tantos...

Para que serviria contar o tempo ao teu lado?
Seria esta a própria perca de tempo.

O que falar,
Quando se tem muito a dizer,
O que mentir,
Quando se tem muito a sentir,
O que viver,
Quando parece que uma parte da minha vida,
Está em ti.

A memória,
Louca sentimental,
Me argumenta.

A meditação,
Exige de nós mais que empatia,
É a concentração própria,
Na bondade de ser,
Pertencer, esquecer, renascer,
Crescendo no íntimo,
A inefável exposição,
De que não somos nada,
De que somos tudo,
Quando nos colocamos,
A disposição de sonhar,
Para viver nosso pequeno mundo...

Me perco,
Me encontro,
Não procuro soluções,
Quando sinto,
Que tudo no meu coração,
Está resolvido.

Humberto Fonsêca

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