sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Humberto Fonsêca - Meus Artistas






Meus Artistas

 Não, meus artistas não morreram de overdose, meus artistas não se sucumbiram nas devorações dos instintos coletivos e pressupostos devassos, vassalos, embriagados no porfio e romanesco douto da ignorância e da impaciência. 


 Meus artistas não deram o braço a torcer, eles apenas não vão torcer os braços para que vocês possam se aproveitar da nossa falta de fragilidade, da nossa arrogância com todas as covardias que penitentemente nos desejam atrofiar todos e mais diferentes ideais entre nós. 


 Meus artistas, não podem mais sentir dores e dificuldades, pois já são elas mesmas. Meus artistas não podem pensar em desistir, até porque nós não temos nada a perder, e se um dia tiver, espero que possamos saber perder e reconquistar, pois o gosto da vitória as vezes é derrota. 


 Meus artistas devem saber que aquele que muito quer, é porque nada têm ou teve, deixe que possuam, sintam o gosto, que possam demonstrar o trabalho, afinal quem nunca teve vontade de ser algo que es? 


 Se somos nós os agentes transformadores, não podemos ser transformados, ainda mais ser forjado pelo ódio, inveja, desamor, ganância, falta de intelectualidade, ou simplesmente uma sabedoria diabólica que vem para roubar, matar e destruir.

 Meus artistas, nunca poderemos ser de outro mundo, pois este mundo é todo nosso, e o sabemos, o temos dentro de nossos instintos, poemas, canções, e puramente como Deus quis que o homem pudesse desenhar para si mesmo, o respeito ao próximo. 


 O conceito de esperança antes de tudo é a paz, a paz interior que nos torna inabaláveis diante das guerras, diante dos conflitos, diante de dores insuportáveis, diante de inimigos sem piedade, diante de seres sem capacidade alguma de sentir piedade, teremos também em algum momento a reflexão e o reforço da nossa dignidade como estrela única, onde simplesmente não poderão suportar esta insígnia de transparência.





Humberto Fonsêca

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