sábado, 6 de janeiro de 2018

Humberto Fonsêca - Às Escritas


Às Escritas

 Tu me deste o desejo, (se é que pode-se dizer), voz da palavra, inativa, pesada, soberba e cálida. 

 E o céu nada mais é que a terra, (flutuar a cada passo vagarosamente), os dias preponderados, insolentes, teste fútil de um descaso que nunca aconteça. 

 A segurança mata, e acaba de certo modo com a confiabilidade. Nem todo uso é um ceife, uma grua ante’amplidão, esse gás morros-moroso descambado nas valas.

 E tu me vens sem caminho, destino, feito um filho feito, destraço, te endireito, mas segues torta.   Perdido entre meus pecados, as infestação não passadas, não passarão mais, não passarás. 
 
Diante desses olhos como se não fosse vista, visita, sala e fachada. E quem não é interessante?  

 Também sobrevive. Subjuga e contenda humanamente o que somos? Será mesmo que nenhuma esquecidão será lembrada para quem pouco importa. Também vive-se sem pátria. E falando da língua que o corpo nos dá.

 A realidade é um contraste, quando adormecemos essas impregnações descansam para o dia seguinte, ou até mesmo ligado já não descansa, é automática em absorção, completo de indiferenças, a confiança é um também espírito de liberdade.



Humberto Fonseca

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