Irmãzades
Sinto saudade dos meus amigos tá ligado? Sinto vontade de os abraçar, de sentar por horas com eles, de conversar asneiras, idiotices, falar sobre os filhos, os ficantes, os animais de estimação, aqueles cafés demorados, "café do poeta para quem me conhece bem", e que repetimos trago após trago, falar sem parar sobre música, ou sobre aquela poesia inexplicável que nasce em qualquer momento ou lugar, de ouvir sobre as crises que passam, as vitórias que os sustentam, os desejos que realizam...
Sou aquele tipo de amigo, tá ligado, aquele que mesmo que passe anos sem os encontrar, será sempre como foi, será sempre como fomos, será sempre, essa loucura real em viver, rir, e falar, sobre os sonhos, que por incrível que pareça, "parecem nunca acontecer", mas continuamos sonhando, acreditando, vivendo no extremo a calmaria de uma conversa qualquer, e quem me conhece sabe, "que falo pelos cotovelos", brigo pelas coisas mais simples, e se sair chateado, é porque os amo.
Tenho essa brutalidade ingênua, a poesia me sustenta para lutar contra a saudade, pois em cada batalha poética, é épica a relação de sentimento, de respeito, de lembranças que não marcam, pelo contrário transformam-se em forças insuperáveis da minha existência, pois somos sem método hipotético nenhum dedutivo, levados, a sentir, expressar, pelo senso comum nossas experiências, nessa fenomenologia do saber intocável, onde os pressupostos das ciências acreditam chegar próximo de nossa verdade, sendo que as verdades são simples deduções do que realmente nos movem, sentindo que diante dos vendavais sentimentais para destruir o ego, super ego, confundo as relações que eles tanto abominam, desejam que seres humanos verdadeiros transforme-se em sujeito-objeto, meus amigos sabem, que falo, e como falo, e que o meu silêncio dói mais que as palavras, só assim para que calem diante do coração que tudo sente e nada revela.
Não preciso os homenagear, não preciso de fotos, e mesmo que uma imagem valham mais que mil palavras, está descrito em todas estas escritas quantas imagens nossas podem ter.
Humberto Fonseca
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