sábado, 6 de janeiro de 2018

Humberto Fonsêca - Vasos Sanguíneos

Imagem da emblemática: "As Montanhas do Homem Adormecido"


Vasos Sanguíneos




Tranquilidade, sinônimo de inquietação,

Retumbante retórica,
Favorecendo o silêncio.

Confisco a razão,
Sobretudo a opinião,
Tem horas que necessito mais de mim...

Sou insuportável, midiático,
Transformador, seguro de inseguranças,
Temo as menores, maiores sensações,
Vivendo-as plenamente.

Percorro meu íntimo, temo a sensibilidade,
Pois se perder não sei viver,
Incorporo a vontade,
Existo sem silhuetas,
Transbordo emoções e também as contenho,
O homem dócil, é feito cachorro, maltratam,
Mas sigo com minhas amáveis e fortes convicções,
Situações, causos, soluções para o que não tem solução.

Sou o químico da vida,
Não me venha com fórmulas,
Que já desejo formular táticas.

Jogo à favor e não sou contra,
Jogo contra e não sou à favor,
Vivo com calma e não sou ambicioso...

Este é o meu mal?


Vasos Sanguíneos - II



Além da poesia o que mais me inspira é transcrever as ideias que desejo passar, instituir, comunicar, além da arte, das palavras que brotam, escrevo quando me sufocam, quando desejam tornar-me de alguma maneira manipulado, modificado, e não quer dizer que não aceite mudanças, conselhos, só não tenho que modificar minha essência, pois se já tenho caráter para que formar rostos? Vestir máscara? Agradar seja lá quem for... Minhas palavras vem por gritos de liberdade, por força dos pensamentos, por valorização da intelectualidade, "não de intelectuais, cultos", devemos respeitar as pessoas como elas são, suas origens, suas culturas, e até mesmo sua falta de educação... Não preciso de bolinho, não faço parte de panelas, sigo só e com um instinto dignamente indignado, mas sem revolta, sem ter pensar em como as pessoas seriam, pois da maneira que são, já me inspiram.


"Espalho minhas dúvidas, explico meus entendimentos".




Humberto Fonseca

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