Fotografia: Humberto Fonseca
O Que Sabemos?
Ontem, hoje, amanhã... O que será mesmo, o que faremos,? O que entendemos, o que conheceremos? Será que estaremos plenos de sentido e sentimento para saber o que sentimos, ou apenas, o que queremos?
Frase confusa e complexa, não fico perplexo no meio da luta e dos sonhos, arquitetando as naturalidades "insociáveis"... Ao assumir o nosso levante diante das quedas, nos tornamos neutros ou puramente sóbrios sobre nossas dores, encontrando remédio para curar feridas passadas, pois se formos observar, as dores atuais e pesadelos que nos ocorreram em passadas noites se esvoam a cada amanhã, não mais machucam, não mais assustam, mas invariavelmente se juntam as antigas passagens conhecidas, cada ser humano sabe as próprias trincheiras mentais, melancolias habituais, e constrangimentos íntimos, que de alguma maneira ou outra precisam ser destruídos.
A luta do dia a dia contra a tristeza, como arrasá-la, destruí-la, devastá-la, conduzi-la ao inferno de seus próprios mártires, pois sofrimento nenhum é escola, sofrimento nenhum é vantagem, sofrimento nenhum é aprendizado, sofrimento nenhum é paz de espírito.
Cansei destes que dizem que a vida ensina, que o mundo ensina, que apanhar para aprender ensina, será porque as criações nunca se uniram? Porque as gerações nunca se uniram? As diferenças nunca se uniram? As igualdades nunca se uniram? Ou você acha que vou falar de amor porque estou amando? Que vou falar de dor porque estou sofrendo? Que vou falar de sujeira enquanto sou a pureza? Que vou falar de derrota enquanto sou a vitória? Acha mesmo que vou entrar nesse jogo de fé e migalhas?
A escrita, a minha poesia, não é argumento ou produto para entretenimento, a arte que vos apresenta vem de tantas sabedorias, de tantas vivências, de tantos experimentos, que estas ciências nefastas nunca conhecerão a palavra pura, a ciência pura na dialética escrita, quebrando esse amontoado de regras, "não sei se me conduzo entre moças que vive contando os dias, ou se estou diante de homens que se entredevoram-se por desejos improváveis", é porque de alguma maneira hoje em dia, aquilo que é para verdadeiramente sentir e saber, viver e desejar, quando se sente, enoja-se. Quando se sente, tem-se medo, seja ele de enfrentar as dificuldades, seja ele por crescer diante das batalhas, seja ele diante de um amor, "que de certa maneira, torna o sábio tolo, e o tolo sábio", o homem quando encontra o fenômeno natural " dos tempos", pois, é preciso entender que não existe apenas fenômenos de causas naturais, mais os fenômenos dos tempos, dos encontros, dos acertos, das contas, do passado, daquilo que estamos transgredindo no presente, imaginando que não haverá catástrofes no futuro, está é a capacidade desta poesia, viajar na temporalidade dos sentidos, nos vãos dos olhos, nos escaninhos das ruas, na informação traficada sem droga alguma, além de suas virtudes, só assim encontramos a barreira entre; eu, você, e minha escrita... Minhas obras são labirintos para tua virtude, para encontrar as tuas correntes, para libertar a tua mente, não a tua alma, mas de certa maneira, é impossível sonhar com quem só tem pesadelos.
No livro a Arte da Guerra de Sun Tzu, diz: "Existe alguns exércitos que não devem ser enfrentados, e algumas posses que não devem ser conquistadas". Complexo se formos analisar a atual sociedade que vivemos, que podemos transferir essa frase para o sentido dos desejos materializados e poderes pessoais dos quais parecem não serem questionáveis, as pessoas parecem desejar aquilo que não podem ter, querem ter aquilo que não conhecem, desejam o sabor da dominação ao invés do poder da contemplação, é difícil entender estas doses de dominação disfarçada de desejos. É preciso neutralizar esses ressentimentos rancorosos disfarçados de desejos e sabedoria... Voltando a frase, será que você está pronto para conhecer tudo que deseja? Ou tu achas que alguns sentimentos são como pacotes de bolachas recheadas que não mudam de sabor? Estou falando isso porque estamos diante de uma sociedade que empacotou o "sentimento-objeto", antes tínhamos na filosofia o sujeito-objeto, do qual para os próprios filósofos, críticos da sabedoria humana dizem ser quase quase inseparável, só através de métodos, de fenomenologias, ontologias,éticas, quem sabe a teoria dos símbolos, entre outras constantes para conhecimento da sabedoria humana. Nesta separação entre o real, material e o espiritual, temos uma sociedade baseada em produção de pacotes de sentidos, sentimentos, deveres, e poderes, como se isso nunca fosse modificado, daí, vemos que mesmo após produzirem, venderem, ainda assim, não suportam seus próprios sabores, por isso a pergunta desta frase, dessa metodologia entre o viver, o saber, o poder, e essa repressão incalculada e soberba que nos rodeiam, como se precisássemos dos que eles precisam, como se desejássemos o que eles desejam, como se fôssemos fazer como eles fazem, e haja luta nesta produção artesanal para fugir das cópias, dos plágios, das copiações, das inumeráveis perseguições de pessoas sem criatividade alguma em meio a toda burocracia institucional de suas obras enfadonhas.
Por onde ando, a mesma conversa, as mesmas dores, os mesmo boatos, os mesmo passados, as mesmas lamúrias, as mesmas, mesmas, mesmas, futuinhas... E você começa analisar que não vivem o presente, não curtem o presente, não desenham o futuro, não acreditam ou apostam no futuro, não imaginam o que poderiam ser futuro, não lutam para escrever o futuro, nunca viveram tempo algum além do passado, projetam o mesmo passado para o futuro, são como deuses, reis e rainhas, senhores que não podem se desprender de suas historiazinhas chatas, melancólicas, sofridas, perseguidas, e extremamente chatas, se crucificam no próprio passado, como se fosse impossível errar, como se fossem perfeitos, como se nunca estivessem errados para viver a situação atual , se pegam em "dores imortais", que nem mesmo os imortais das artes e literaturas poderiam descrever, pois parecem nunca ter fim.
Lembra (leitora especial), que tinha te informado sobre um texto que estava me remoendo? Aqui está depois de tantas noites e conversas vivenciadas, como te adoro leitora minha... Perdoe-me por tanta clareza textual, dissertativa, ao narrar o que me parece ser neste momento incontestável.
A frase de Sun Tzu, nos ensina a se preparar para essas posses, para estes exércitos, para estes conflitos, para estas guerras, principalmente por nos apresentar aquilo que "não queremos para nós, não podemos desejar aos outros". É preciso se preparar para recusar, para não querer, para subjugar estes hostis que nos ofertam vivências cadenciadas de putrefações, onde a nossa pureza sensorial e emocional parecem precisar de vacinas, remédios, antídotos, nosso corpo e espírito é uma só unidade, enquanto nossa mente é uma infinidade de confusões, desdobramentos, simulações, ilusões e realidades, quando estas poderem ser conquistadas, desejadas ou derrotadas, podem causar este inerente atrito entre o corpo e a alma. O nosso corpo pode não estar com uma doença, mas basta pensamentos ruins para que este enfraqueça, basta que nossa mente adoeça para que a paranoia ataque nossa alma, para que enfraqueçamos como grandes produtores de uma realidade diferente e como seres humanos, estamos de alguma maneira em meio a esta unidade que nos interliga entre a natureza, as energias terrestres e a vivência da nossa existência, o ser humano parece esquecer que ainda é humano, que um simples espinho o leva as profundeza de sua consciência ao inflamar e doer insuportavelmente, assim são as dores, somos fracos e carnais, somos treinados e perdemos, somos inteligentes e burros, pois a necessidade de aprendizado diária é violenta, somos produtos descartáveis de uma sociedade que nunca será igualitária, somos os meios que justificam os fins, somos nós a sabedoria desta existência violenta, somos esta violenta e existente realidade mortificada, da qual perscruta para mim desde muitos tempos uma simples realidade, da qual antes de realizar alguma mudança em nossos conhecimentos, é preciso manter a dignidade, honra, lealdade, sempre unidas, juntas, harmoniosamente contestando as futuinhas de nossas operantes atrizes dos desejos inseparáveis, pois de alguma maneira, esses passados, presentes e futuros, não estão sendo modificados, por causa simples, a constante busca de realizações de desejos, dos quais destroem os planos que realmente poderiam um dia fazer bem estar ao corpo, a alma, ao nosso viver, e principalmente, nos trazer paz e alegria em contentar-se com nossas realizações ao invés das burradas do passado.
O que sabemos sobre nós mesmos é sempre contraditório e conciliador, teorizar a capacidade humana em meio a controles e táticas é uma busca de adestramento, uma luta comportamental que não deixa os seres humanos crescerem intelectualmente por não suportar as evoluções do próprio conhecimento,
O que entendemos com a falsidade? Como ajudar uma pessoa que em sua meta de objetivo só consegue alcançar a culpabilidade. Preconceituosa, imperdoável, sem espaço para que as mudanças aconteçam, onde sua alma e coração continua obstruída, na mentira cega da própria existência, fingida de tantas mentiras, como se uma mentira fosse pouca, constrói mentira in-sublimes, pois nunca conseguiremos entender o porque dessas mentiras, o porque de culpar os outros, o porque de não abrir espaço para o perdão, nesse rastro de uma culpa interior sem fim, parece realmente dever mais que a todos, deve a si mesmo primeiramente, deve-se perdoar para objetivar o perdão dos outros, deve mudar, erradicar a mentira da vida, livrar-se dos princípios que a educaram, "pois vemos que existe uma educação com essa mesma tipologia, é uma rede construída de mentiras, pois se derrubar uma, todas caem", por isso a necessidade desenfreada e irrevogável de manter esse estado abominável, se a honra está no levantar, vemos uma busca constante de manter-se arrastando, de estar sempre buscando um fator externo que não a interiorize, e se já chegou a este estado emocional pode ter certeza de que a atingimos, de que a derrubamos com suas instruídas superstições, de que é impossível se esconder com as mesmas desculpas, e principalmente com as mesmas culpas. Se o estado de tempo e espaço não muda por causa de nossas observações, pelo contrário em nossas costas continua a mudança do regresso, é na arte de regredir que vemos essas instruções sendo aplicadas, como se todos tivessem que viver o que alguns amargorosos continuam cantando como modo de vida e menorização do estado humano.
Eis a luta consciente, onde percebe-se os planos, a busca pela falha, é manter o controle emocional, espiritual, intelectual, desejam as aberturas das falhas humanas, desejam que sucumbimos a raiva e ira para ser esquartejado em vulgaridades preconceituosas, manifestadas de desejos incapazes, pois se realizam de nossas dores, nunca de nossas vitórias. Vamos mantendo a postura diante de tantas observações sem sentidos, de tantos desenhos mal feitos, de tantos retratos que não sintonizam sobre nossas ondas magnéticas, onde a perturbação pessoal é quem faz oscilar os resultados dos quais já nos parecem positivos, se você está passando por alguma vivência parecida, mantenha a calma, a paciência, exercite sua virtude, e pratique o perdão, é a lei do desapego contra o absurdo preconceituoso, só assim para nos mantermos livres das almas imundas, desses sebosos negociantes de desejos, apodrecedores de sonhos, maturadores da miséria, infernizadores da paz, se desejam sufocar-nos com suas dores, é porque já não suportam a verdade que os sufocam.
"O ego não deve ir a guerra, um campo de batalha não é espaço para ressentimentos". Sun Tzu
Nessa construção de sentidos contra opressões temos as arquiteturas, arquétipos, e micronésimos estados de espíritos sendo subjugados para libertarem-se de nossas vidas, pois a vida não necessita de tanta essência para ser sentida, a vida não necessita de tanto segredo para ser exercida, a vida não necessita de tantas picuinhas para ser explicita, a vida não necessita de tantas abreviaturas para que não tenhamos sua longevidade, a vida não pode ser sufocada em meio as nossas contradições pessoais, é como se não observássemos, é como se não tivéssemos olhos, é como se nossa sabedoria nada exerce, é como se nossas experiências de nada valem, é como se nossas vidas estivessem prontas em um roteiro, é como se a vida não mais pudesse ser desprogramada, é como se eles tivessem controle sobre todos os descontrolados, por isso a decência, sabedoria, calma, paciência, nada de instruções, apenas esperar esse momento passar, pois até a mais longínqua das iras, encontra em algum momento a sua paz. Ou como dizem," o sossego de um doido, acaba quando ele encontra outro".
Humberto Fonsêca
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segunda-feira, 13 de maio de 2019
Poesia - Literatura - O Que Sabemos - Humberto Fonsêca
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