quarta-feira, 5 de junho de 2019

Poesia - Literatura - A Beleza da Sinceridade - Humberto Fonsêca





"A Beleza da Sinceridade"




Como pode o poeta chegar a tal miséria e dizer-se intelectual... 

Filhos do destino nada podem. 

Quando se encontra um ouro que não te traz felicidade, 
Um “ouro falso” lavado em chuvas negras, 
De todos os sofrimentos e sonhos, abnegações e realidades, 
Torcendo e derrocando o saber numa profundidade rasa.

Essa é a compatibilidade do poeta, 
Buscar o passado em um tempo presente, 
Falando sem recados, você exuma seu... Espírito! 

Antes morto, 
Para ser apedrejado diante dos fiéis, 
Dos putos, das soberbas,
Gostosas e lunáticos! 
Que juram de dedos cruzados ser de um mesmo planeta.

Porque não me deprimo.
Adoeço. 
Enfraqueço. 
Desisto? 

Para que tanta vida sem ver o resolver das situações que fogem como água entre as mãos, 
Destratamos nossa felicidade por angústia, 
Pois as vezes temos ela ao nosso lado.

Não busco mais nada além de mim, 
E a cada encontro com os “eus e os outros”, 
Transformei todos os meus amores em lembranças, 
Família, amigos, cidades, 
Lugares e terra natal. 

Sou a força em poder do medo apenas de ser cigano, 
De ler mãos, 
Adivinhar futuros, 
Imaginar situações que não possa cruzar por estas silhuetas binárias, 
Encorpadas, bem vestidas, delirantes e formosas quando se entregam na surdina... 

Vou buscar o fim e trazer para que o começo veja e não retorne para este lado do sol. 

Por mais plano que seja a terra, 
Algo esconde-se, 
E meus olhos,
É um vão longe sem choro caído nostálgico.

Não é difícil matar um leão por dia...
Impossível parece, acordar antes dele.




Humberto Fonseca

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