Eu luto com minhas dores em batalhas poderosas,
As vezes contra o destino, as vezes contra o inimigo, as vezes contra o impossível,
Sempre contra mim, a favor de todos,
Sabendo sempre, que o vencedor não só deve lutar com a coragem,
Mas sempre em busca da verdade.
O homem transita em todos os espaços,
Pensa em viver fora de orbita, estria louco de seus pensamentos?
Esquece dia após dia a amplitude que é seu coração...
Nesta matrix de movimentos,
Através da força eu vejo músculos de pensamentos,
Enrijeço-me sobre todas circunstâncias,
Eu sobrevivi, através da força.
Resistência, ódio, amor, solidão, devaneios lúcidos,
A cidade que me toma conta,
Construiu no seu prazer a morte do meu viver,
Reabilitei o meu instinto, o meu sentido, o meu estado natural,
Eu que limpo os ares, molho a terra, o concreto,
Doei rios e recebi esgotos, doei fauna e flora,
Me restituíram com desertos, prédios, viadutos, pontes sem sentidos,
Totalmente destrutíveis na saudade de meus entes,
Meus plantios de frutas, flores, ervas medicinais,
Restou escalpo, pedaços vazios da minha melhor beleza...
Eis a cobrança. o preço, o pagamento,
Um futuro incerto do qual sabemos,
É o cabimento do descabimento,
Da falta de competência, ciência pela incompetência,
Desnaturalizando tudo que um dia já podemos ter chamado de vida.
Entrelinhas, tu me vês, finge, cega, e não me tocas,
Perde-se entre todos os rumores destes passos apressados,
Olhas em rostos perdidos, nem se encontra, nem me encontra,
Sou ferrugem, fel do óxido, rumor do carbono,
Assim é minha natureza, destrutiva, construtiva,
Imperando todos impulsos para sobreviver,
Através da força, naturalmente.
Estou em teu corpo, na tua sede, no teu sentimento áspero,
Sobre a falta de sensibilidade, sobre a falta de tudo que não lhe falta,
Eu sou a natureza, devassa, bela, genial, incorruptível,
Intangível na hora da revolta arregaçando os espíritos podres da face da terra,
Simplesmente, puramente, com todo meu poder,
Sem dó nem piedade, através da força.
Humberto Fonseca
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