Foto: Humberto Fonseca |
Saudade II
Escrever sonetos nunca me foi possível,
Um ser verborrágico,
Aguçado em altivez,
Rebombador de emoções.
O que estaria passando agora,
Estalas a minha mente,
Madame sedutora de minhas linhas,
Faz-me tropeçar no espaço.
Em meu futuro sem antepassado,
Os ventos carregam as dores,
Sobraram flores.
Espinhos pontudos, afiados,
No desvio, no clarão,
De uma inconsciente saudade.
*
Dessoneto
Os poetas são em geral, seres estranhos.
Desse e outros planetas...
Amam, mentem, discutem o impossível,
Se armam de paz,
Confusos, reais, abstratos,
Feito às cores daquela estação formosa que denominamos;
Amor.
Fastio e fome se unem,
Mistérios e desvendes,
Claros e escuros em céus apagados,
O crítico e o exato,
A metamorfose e a calmaria,
Claridade, luz sem sentido em aplicação do sentido...
"Eu e meu amor cruza os céus para habitar no centro de nosso universo".
Não vale à pena olhar pra trás...
Quem olha, consequentemente, fica...
De trás pra frente é minha estrada longínqua.
Humberto Fonseca
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