Sinuosidade Sonora
pelos caminhos de pedra,
entre uma ladeira e outra nos afogávamos.
Há se toda voz fosse iluminada,
se todo escuro além de seu negro,
não tivesse sons...
Quantas auroras até o fim,
pois hoje somos,
uma nuvem sobre os olhos.
me de asas,
passo-lhe as cobras,
e caíras do céu.
Um Verso Em Desatino
Quem és tu,
porque entre os vãos me rodeiam,
se nem notas quem sou...
Se fui cobra ou pássaro,
aos olhos dos homens e de Deus,
ninguém viu.
Se componha,
pois o homem sem veste,
é pele, é alma, é vulto.
Sobre as madrugadas,
pelas ribeiras da solidão,
descansando sobre o marmóreo inferno.
O que sou eu,
o que será tu,
depois deles.
Mistério em Desavença
e qual som jorrou,
que de meus ouvidos,
só me vem luz.
Estais agora perdido,
entre ti e os mistérios,
prefiro-me só.
Com os sons,
os relampejes fatais,
nas traçoeiras dedilhadas do além.
Bate, toca, amortece,
porquê além do couro há pelos,
e o corpo envaidece...
De loucuras sorrateiras,
enebriadas vertentes,
esconderam-se.
Não por esses olhos,
não por esses rastros,
mas pelos seus mistérios.
Humberto Fonsêca
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