terça-feira, 4 de junho de 2019

Poesia - Literatura - Humberto Fonsêca - Sinuosidade Sonora





Sinuosidade Sonora



Ondas vinham,
pelos caminhos de pedra,
entre uma ladeira e outra nos afogávamos.


Há se toda voz fosse iluminada,
se todo escuro além de seu negro,
não tivesse sons...


Quantas auroras até o fim,
pois hoje somos,
uma nuvem sobre os olhos.
me de asas,
passo-lhe as cobras,
e caíras do céu.


Um Verso Em Desatino
Quem és tu,
porque entre os vãos me rodeiam,
se nem notas quem sou...


Se fui cobra ou pássaro,
aos olhos dos homens e de Deus,
ninguém viu.


Se componha,

pois o homem sem veste,
é pele, é alma, é vulto.


Sobre as madrugadas,
pelas ribeiras da solidão,
descansando sobre o marmóreo inferno.


O que sou eu,
o que será tu,
depois deles.


Mistério em Desavença
e qual som jorrou,
que de meus ouvidos,
só me vem luz.


Estais agora perdido,
entre ti e os mistérios,
prefiro-me só.


Com os sons,
os relampejes fatais,
nas traçoeiras dedilhadas do além.


Bate, toca, amortece,
porquê além do couro há pelos,
e o corpo envaidece...


De loucuras sorrateiras,
enebriadas vertentes,
esconderam-se.


Não por esses olhos,
não por esses rastros,
mas pelos seus mistérios.





Humberto Fonsêca

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