quarta-feira, 16 de setembro de 2015

O Poeta Quer Falar - VIII - Poesia: Humberto Fonsêca

 
 
O Poeta Quer Falar



O Poeta quer falar;
Da revoltas em pressão,
Do poder explosivo no circuito padrão,
Das confianças perdidas em meio à multidão.

O poeta quer falar;
Que já renova o instinto,
Encabula os distrito,
Remove todo pano do chão.

O poeta quer falar;
Que foi timidamente atacado,
Muitas vezes por pretexto de preconceito,
Mas vê nas falhas o ar da falta de respeito.

O poeta quer falar;
Que já era sem tempo,
De saber o circuito com defeito,
O estágio dos refeitos,
As falhas humanas de quem pensa ser máquina criando o problema e o efeito.

O poeta quer falar;
Da pisada frouxa e passos marcados,
De quem sabe a hora que vamos sair,
Mas não sabe como vai chegar ao nosso estado.

O poeta quer falar;
Dos momentos que pegou eles em flagrante,
Das dosagens que não nos encantam,
Das falácias de pura ignorâncias,
Dos agouros em nossa estâncias,
Das invejas sobre nossas temperanças,
Da falta de credibilidade,
Destes homens que sabotam o que nunca fizeram,
E não consertam o que é da gente à sério.

O poeta quer falar;
Dessa tal covardia,
Que parece maestria,
Em poder obrigar os que pensam,
Seres bestas tontas em manias,
Impactados de costumes perdidos,
Sofrendo em silêncio seus próprios castigos,
Acompanhando com soberba a nossa rebeldia,
A nossa intolerância,
A nossa sabedoria, constância,
A virada com a oportunidade no tempo ruim perante a bonança.

O poeta quer falar;
Que os choques não doem,
Que o poder dos maus não nos corroem,
Que seus segredinhos nefastos não nos destroem,
Que suas caras fechadas não fazem medo,
Que seus segredos para nós são breves ensejos.
Pelo contrário impulsionam a virada da palavra que ressoa os breves feitos.

O poeta quer falar;
Da pressão, da reaparição.
Da confusão que causou,
Ao descobrir que até mesmo nos guard-rails,
Eles se defendem em truques que nunca foram segredos.

O poeta quer falar;
De sua vista bloqueada sobre a panorâmica,
Dos acessos fechados na leitura dinâmica,
Das oportunidades sistemáticas feitas de propósitos com semelhanças,
Das covardias em copiarem os modelos mais incríveis e simples,
E por não terem coragem de admitirem que fizeram e o que dizem.

O poeta quer falar;
Que aqui na sua voz não tem engano,
A palavra vai de encontro a mente e ao lombo,

O poeta quer falar;
Da ira que foi registrada,
Da covardia que foi anexada,
Da carapuça que foi arrancada,
Da falta de intimidade dos que se dizem perfeitos,
Da falta de sinceridade dos que se dizem perfeitos,
Da falta de honestidade dos que se dizem perfeitos,
Da hipocrísia ambiciosa dos que se dizem perfeitos.
Da maldade infectuosa na cara larga dos que se dizem perfeitos.

O poeta quer falar;
Que não tem como falar em poucas palavras,
Que a revolta de seu instinto renasce nas brasas,
Que seu ódio é amor aos que não conhecem a verdade.

O poeta quer falar;
Que não se envolve, não se vende, não se compra,
Que não conhecem, não desconhecem, não se comportam,
Que continuam as suas batalhas,
Deixando de honrar troféus por migalhas,
Esquecendo que atrás de todo campeão,
Existe um trabalho árduo,
Os momentos únicos,
Os segundos das concentrações em impulsos,
Em celebrar a capacidade que não vai cair nos absurdos.

O poeta quer falar;
Dessas e outras histórias,
Das idas e vindas em nossas lutas sem Troia,
Sobrevivendo feito Esparta,
Nobre, puro, justo, verdadeiro,
Sentindo na dor alegria sem apelo,
Criado na guerra sem ser justiceiro,
Batendo no destino que desenharam,
Para criar um caminho sem torres quadrangulares,
Sem bases fortes, sem sinais instintivos, destrutivos,
Quebrando as leituras mentais e corporais,
Destruindo as falsificações de ideias e ideais,
Espancando as bulinações que diferem das regras,
Quebrando as sabotagens, que vão desde as mais avançadas tecnologias,
Aos lugares onde jamais bramares, 
Lembrando que somos mais que guerreiros genuínos,
Quando assumimos em meio a nossa plebe o que tanto insistimos,
Ao honrar que soubemos louvar as derrotas,
Para assim conhecer nas técnicas as sonhadas vitórias.

O poeta quer falar;
Espancaremos sem dó nem piedade a bagunça,
Os palcos, os falsos teatros, e seus atores rebeldes que fazem sem fazer o que não se pede,
Eles gostam de usar o que nunca conquistaram, gostam de sujar o que nunca limparam,
Gosta de ofender os que nunca conheceram,
Gostam de ludibriar quem não podem ser ludibriados,
Fingem-se de bestas tontas sendo os mais perversos e inteligentes malvados.

O poeta quer falar;
O poder não suporta repressão ao poder. O poder quebra,

O poder esfarela. O poder desce pelo ralo,
O que o poder não suporta nem nunca será capaz de suportar são pessoas com poder em suas mentes, Poder de libertar, poder de manifestar, poder de questionar sem protestar,
Poder de replicar sem inquisitor, poder de não obrigar, poder de não usar a violência,
Poder de até mesmo usar as táticas mais violentas para bestificar os violentos,
Poder de não ferir, mas o de curar, poder de fazer o errado acertar,
Poder de não fazer o acerto errar, poder de viver, sem subestimar, pressionar,
Poder de artimanhas poderosas, que juntas tornaram-se simples atitudes de poder,
Assumindo enfim, a digna certeza de que,
O poder da competência, é o poder da resistência.

O poeta quer falar;
Fazer compreender, entender, questionar...

Pois o poeta sabe,
Que ser poeta é não ter nada pra falar.

Mesmo assim.
O poeta quer falar.



Humberto Fonseca

 
 

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