sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Humberto Fonsêca - Nietzsch'Esquiando

Nietzsch'Esquiando


"Espírito livre,
Não deve resposta, 
As almas vendidas".



Humberto Fonseca


Humberto Fonsêca - Raivoso

Raivoso


"A questão não é do ter,
Tampouco do não ter,
Mas simplesmente,
Questionar quem fez por prazer,
Quem fez por poder,
Quem fez pra se perder,
Quem fez pra ver os menos favorecidos perder".


"O caráter é uma maneira de acabar com os disciplinas".




Humberto Fonsêca 

Humberto Fonsêca - Incerto

Incerto

muita falação
muita muita falta de ação
muita muita muita copiação
muita muita muita muita improvisação
muita muita muita muita muita questiona-ção
muita muita muita muita muita muita discrimina-ção
muita muita muita muita muita muita muita
muita mesmo falta de determina-nada-ação
muita hipocrisia em ação
muita muita falta de verdade em ação
muita muita muita indigna-ação
...

só me faz enxergar, que esses diretores são loucos, corruptos, fracos, vendidos, ou simplesmente nunca vão conseguir ligar essas câmeras para dizer:

- AÇÂO!

Humberto Fonsêca

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Humberto Fonsêca - O Amanhã



O Amanhã


Pode ser como queres,
Bem diferente do que desejas,
Alegre, triste, incompreensível.

Um entusiasmo iluminado,
Trevas de pensamentos,
Sendo sua chance, sua derrota,
A batalha diária ou a diária da batalha.

Desenhamos os dias,
Mesmo sem acreditar que eles virão,
É a lógica de viver,
Acreditar no que não se ver.

Tombo meu destino sem descuido,
Eu vou de sol a pino,
De inverno à verão,
Outono ou primavera,
Não me importa a estação.

Odeio essas estrofes em rimas,
Que fazem os dias parecer iguais,
Com um poeta desnaturado,
E a poesia intitulada de conhecimentos verborrágicos.

Nem um dia é igual,
Há não ser,
Que já estejas há muito,
E distante do tempo,
Trancado em sua casa,
Sem ter coragem de encarar o dia.







Humberto Fonseca

Humberto Fonsêca - Lábios, Olhos, Palavras, Sentimentos Perversos...



Centro SP - Vale do Anhangabaú - Banco do Brasil (esquerda), Altino Arantes (centro) e Martinelli (direita)

Lábios, Olhos, Palavras, Sentimentos Perversos...





...Eles...Olham...Encaminh
am-se...Fingidos!

...Tolos...Irrepreensíveis...Corruptos!

...Suportam qualquer dor para ver a miséria de seu próximo!

Acovardam-se diante da coragem.

Sabes,
O,
Porquê?

__ POIS SEMPRE FORAM COVARDES!

Coragem é um dom de DEUS, e a sabedoria seu instrumento.

O rico encontra luxuria,
Enquanto o pobre a justiça no tempo de DEUS.

_ Se tu semeias iniquidade mais do que certo colherá maldade...

Agora, pergunto a ti?

_ Porque;
lábios,
olhos,
palavras,
sentimentos,
perversos...

Contra o homem que busca o bem?




Humberto Fonseca

Humberto Fonsêca - Indi'visual


Indi'visual

Avisa pros vendido,
Que estou vendendo,
Vontade de espírito.



Humberto Fonseca

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Humberto Fonsêca - O Tempo Que Não Esquecemos...





O Tempo Que Não Esquecemos...


Exaltado o ser, exaltado o momento, simples são as lembranças,
O passado remoto, remonta, todas as consequências, possibilidades,
A dor e o amor se faz quase presente, quase sumindo,
Em cada instante que as lágrimas não ousam cair,
Onde se esconde os mais puros sentimentos,
Que as razões humanas ousam-nos fazer esquecer de sentir, 
De ser, de saber, de se ter como único prazer.

Quanto tempo sem ouvir o que realmente me importa,
Sem me escutar com todas as emoções,
Quanto tempo sem relembrar a felicidade interior,
Quanto tempo para reconhecer que os sentimentos podem até serem ignorados,
Mas não podem serem apagados caso estes sejam verdadeiros.

"Lembrar-se da humanidade e lutar por algo é natural,
Amar a si próprio e cuidar do nosso coração,
É uma satisfação que não deve ser praticada,
Deve está ser uma obrigatoriedade,
Pois sendo assim, a ilusão também é uma amante da verdade,
Estaremos indo muito além de todas as regras, direitos e constituições".

O voo das esperanças cruzam meu destino,
Defendo as possibilidades esquecidas,
Pois não enganei meu coração sentimento e coragem em nenhum momento,
Tudo que fora sentido e expressado, apesar de ter passado,
Ainda existe como amadurecimento,
Frutos de esperanças amplamente guardadas,
Em contraste de falácias que devem ser ignoradas.

Ouvir a si mesmo,
É o mais importante e mais belo prazer concedido aos desejos,
Longe das vorazes solidões,
Perto dos confortados corações,
Sem improvisar soluções, lições, argumentações,
Indiferente, coerente, subsidiado pelo alivio dos puros sentimentos.

Poeta, naturaliza os momentos,
Idealiza sonhos e não objetivos,
Compõem barreiras sem mistérios,
Quebra toda construção sem martelo,
Faz ordem, lei, regras, sem sentido,
Buscando na palavra alguma bravura perdida,
Do tipo:
"Deus não escolhe os capacitados, ele capacita os escolhidos".

Otimismo é uma palavra nem tanto usual nos dias de hoje,
Enquanto o pessimismo parece carícia e adorno sobre nossos sentimentos,
Plantam pedras como se fossem flores,
Colocam pregos como se fossem sabores,
Iludem as verdades com jogos adestradores,
Induzem, recriam, sofisticam,
Mas na verdade, nada além do vazio indicam.

Somos atores da nossa ambição,
Somos solicitadores da nossa condição,
Somos desbravadores da nossa revolução,
Somos a voz da nossa questão,
Somos a solução,
Que antes, agora, e depois,
Parecia não ter solução.

Não te aflijas, não chores, 
Ou chores,
Mas sinta-se dono se seus pensamentos e da sua liberdade individual inquestionável,
Seja verdadeiro consigo ante os mascarados,
Quebre as correntes dos falsos dogmas nesses inusitados imediatismos,
Abandone os falsos círculos,
Reúna-se com sentido,
Obrigando-se sempre a sentir...

O tempo que não esquecemos.



Humberto Fonsêca

Humberto Fonsêca - Sem Mais Tempo...





Sem Mais Tempo...
 

Para dizer o que sinto,
Para dizer o que preciso,
Para dizer o que consigo,
Para dizer meus instintos,
Para dizer meus recintos.

 As novidades esquecidas embasam todo um conceito disfuncional sobre a minha gramática embasbacada de promessas seculares ante as almas que se fazem presentes estando completamente esquecidas. Vazias. Emolduradas de sorrisos, quase engraçados, quase verdadeiros, quase alegres. A falsidade moral e ideológica não mais predomina, meu coração reconhece a verdadeira sabedoria e compaixão, mesmo não tentando crer nelas como fontes que podem ser as mais possíveis donas da revolução pessoal, não posso se entreter ao meio de tantas capacidades absolutas de erros, sentindo-se e mostrando-se superiores. Superiores de que nós somos? De quem? De quais? Possivelmente os interiores estão cheios de avarias e completamente esquecidos de si mesmos. Como pessoas estamos muito longe de qualquer perfeição. Como pessoas estamos completamente longe da verdadeira liberdade. Como pessoas estamos completamente descabidos e entregues a todo meio de entretenimento. Como pessoas depositamos em nosso egoísmo uma mudança visível, mas que na prática continua sendo prática. Como pessoas somos falhas reais e sem questão de observar provas sobre os fatos, consentimos em se entregar na mesmice honorária.

Levado ao tempo,
Meus olhos,
Tórridos de realidade,
Engano meu próprio ser,
Engano minhas própria mentiras,
Para estar ligado com meu interior.

 Solicitude aos possíveis conhecidos, e silêncio aos já mascarados nessa estrada, que caminha tortuosa sobre nossos pés, que mesmo parada suporta todo peso de nosso corpo sem reclamar uma dádiva, sem que tenha na poeira uma lágrima, sem que em seus espaços esteja enfadada, a vida se repete vida e repleta de conhecimento, de inteligências, sabedorias, negociatas, festas enganosas, encontros refutados de superficialidades, abraços inseguros, paixões sem nenhum estímulo, e as possíveis máscaras caindo uma após outra, seguidamente, sem dó nem piedade de nossa espécie que parece adormecer nos estados sem sentidos das escolhas quase certas quase erradas.

Poesia, meu alimento,
Força desbravadora,
Nunca abandones,
Este corpo teso,
Conhecimento meigo,
Nos sofrimentos verdadeiros.

 Como queria não ter esperança. Como queria não ter coragem. Como queria não conhecer a verdade. Como queria poder abandonar tudo e todos. Como queria não ser nada. Como queria estar simplesmente longe de enganações. Esperava ser mais fraco, mais covarde e muito medroso, mais meu temor em ser alguma dessas referências me faz andar de frente ao caos e enfrentar os inimigos. Minha vergonha de fraquejar me ergue todos os dias para suportar uma vergonha qualquer para enfrentar essas desigualdades. O preconceito exterior não será capaz de fazer com que abaixe minha cabeça e esqueça os meus sentimentos, estas pragmáticas situações adversas só me fazem crescer pessoalmente, e não apenas enxergar que evolui, mas simplesmente, esqueci dos fracos e me comporto dentro das expectativas como homem que veio para está terra afim de batalhas infindáveis contra estes falsos pensadores, falsos sacerdotes, falsos deuses, e tantos outros mistérios tecnológicos que simplesmente nunca poderão sentir a realização humana.

Nessa eras e redes,
De imensuráveis compartilhamentos,
Detalho os pensamentos,
Nas estrofes do silêncio,
O remédio dos meus tempos,.
Nas guerras dos meus conceitos.

 A batalha espiritual e constante, é direta, sem freios, a todo momento. A escassez de pessoas originais no saber e no fazer, e principalmente no dizer. Os instantes que parecem ser dias. Os dias que se tornam intermináveis. A guerra diária que se amplia para toda vida e com todas as formas e certeza, os lugares mais sóbrios e inóspitos para que eu reconheça em meus defeitos o quanto sou perfeito em conseguir sobreviver com meus defeitos. Perfeito, não é apenas algo impecável, mas também uma tradução de algum trabalho ou técnica que se exerce todos os dias afim de ter em mãos não apenas uma tarefa, mas uma maneira única de fazer algo que todos podem praticar.

A banda debandada,
Em pequena larga escala,
Diafragma de pensamentos,
Nas conexões sofridas,
Sem objetivo algum,
De sentir enganações.

 Pois praticar o bem, ser honesto, buscar felicidade, e não se entregar ao crime ou aos delitos de alguns seres exigem que possamos exigir para eles também que estejam, sem mais tempo. Sem mais clérigos, bancadas, festividades, falsos amores e grandes covardes. 

Em dias de paz,
Eu reconheço a guerra,
Os heróis vencidos,
Os bandidos perdidos,
As mulheres solitárias,
Nestas oculares palavras.

 Sem mais tempo, aos corruptos. Sem mais tempo aos drogados homicidas. Sem mais tempo aos rascunhadores de destino. Sem mais tempo para se preocupar com as ações dos outros. Sem mais tempo para escolher amigos, amores, famílias. Sem mais tempo para se perder. Sem mais tempo para se achar. Sem mais tempo para ter, evoluir, empreender. Sem mais tempo... Sem mais...

Pois todo tempo do mundo,
Nos foi dado sem ambição,
Para que tenhamos tempo,
De concluir nossas palavras,
Em invariáveis destinos,
Nos aguerridos caminhos.

Espaços aclamados,
Corações esvaziados,
Olhares semi'baixos,
Longe dos desvarios,
As sensações de continuar com a lutas,
Em todo e qualquer sofrimento.

 Sem mais tempo para sangrar. Sem mais tempo para sofrer. Sem mais tempo para preocupar. Sem mais tempo para tecer mistérios. Sem mais tempo para se ter em casos mesquinhos. Sem mais tempo para acomodar. Sem mais tempo para deixar de se satisfazer. Sem mais tempo para calar. Sem mais tempo para esquecer de mim mesmo... Sem mais tempo para deixar de viver quem sou... Sem mais tempo para conhecer todos os tempos. 

Humberto Fonsêca

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Humberto Fonsêca - Simplicidade



Simplicidade





"Em cada silêncio haverá uma cor,
Uma luz, uma esperança, uma voz, 
Resta saber se teremos a percepção de identificar ".



Humberto Fonsêca

sábado, 6 de janeiro de 2018

Humberto Fonsêca - Sentindo

Sentindo


Coragem, força, bravura,
Quem disse que elas não fazem parte da sensibilidade?
Da emoção, esperança?
De uma vontade de saber o que não se imagina.



Humberto Fonsêca

Humberto Fonsêca - Justiça

Justiça

Meu coração,
É a espada,
Acariciando a flor.


Humberto Fonsêca

Humberto Fonsêca - Preceitos

Preceitos

Se tu dizes, lutas, e fazes,
Realmente o que gosta,
Lembre-se que é o básico.


Humberto Fonsêca

Humberto Fonsêca - Eu'Nela

                              Eu'Nela


Quem sabe,
Aquela mulher que você sonha,
Te acorda.



Humberto Fonsêca

Humberto Fonsêca - Saudade - IV

Graffitis: Driin Pedro e Nave Mãe - UFSC - Florianópolis - SC

Saudade - IV



Recodações,
Pedaços, traços,
Objetos sem trajetos,
Guiados por mim...

Caminho perdido,
Falo em pressão,
Na contramão,
A dádiva é tao pura quanto teu abraço.

Mas sinto teu abraço,
Esqueço a dádiva,
Esta fiel escudeira dos sentimentos.

Invoco tua presença,
Outra além de ti não há...

Comprometo-me ao bem comum,
Na colagem de palavras,
Com minhas jóias'perdidas.

Suplanto a riqueza,
Com pobreza, coragem, espanto...

Teu amor universal toma-me,
Sinto o dizer... de teus,
Olhos, boca, lábios finos e pele macia...

Diva poética, doutrina do meu coração.



Humberto Fonseca

Humberto Fonsêca - Sem Meias Verdades Que Sempre Foram Ditas - II

Praia do Rosa - Praia do Ouvidor - Imbituba - SC


Sem Meias Verdades Que Sempre Foram Ditas - II

 Hoje mano, sinceramente, eu acordei com muita coisa pra falar... mas não queria falar nada. A desgraça se anunciava lá dentro mas minha mente se compactava em uma solicitude universal, o labirinto dos homens se fecharam contra ele, onde está a saída? Quem vai copiar a notícia? Será que andarias tu ou eu sem ouvir? Quem é capaz de controlar a mente? Quem? Quem? Quem? Quem enfim? Quantas ondas irão querer frear essa imposição que corre dentro de mim ? quem vai me arrastar nos redemoinhos dessa subalterna classe que se diz reta sendo plenamente obliqua? Será que minha dor é a tua? Pois não tenho mais dor. Não sinto mais nada. A aurora que se fará amanhã vai despertar dentre nós quem é o justo, o digno, o soberbo, o escuso, o natural e o desnaturalizado.

Sou eu quem controla meu corpo. Meus nêutrons se auxiliam, sem interagir pela vossa perseverança. E as dores intracranianas, os roedores falsos, cascalhos de bicho, ao de suportar a vossa insônia enquanto durmo. Minha impaciência se encontrou, mas não se perdeu, e ta voltando a consciente forma de enxergar os homens, ver os seus valores morais peculiares, e não suas moralidades infinitas, e sábia a nossa vã e consciente mente que safa-se da neurose, esse “pastor disfarçado de grandes causas mortais”.

Sabes tu? Nem eu? O dia de amanhã nos pertence, o amanhã não nos pertence, o amanhã não nos pertencerá. Contente-se com o hoje, é velho o dito, é simples a causa. E só nós teremos a satisfação terna de sentir isso de perto, e se para ter postura deve-se elevar-se, estou apertando os botões no momento desse elevador parado, que não sobe andar algum, não leva ninguém, e vive de portas abertas oferecendo os céus e as terras enquanto nunca saiu do térreo. 

O mundo é lindo. E quantos querem sair por ele a fora? Mas a timidez ofusca as brilhantes almas... os grandes se tornam pequenos, e como disse o senhor de toda esta Israel, pois a terra hoje inteira é a mesma Israel de anos passados, onde Deus mostra que existe e assola as almas em uma devastação que é impossível entender a causa e a satisfação dele em ir contra os que dele imaginam não ter medo. Vocês temem Deus muito mais que suas mulheres... 

Quem sabe, risos profanos podem subir do outro lado, podem varar paredes, sucumbir os extintos paradigmas, as inconformidades de tua semelhante voz, cada ruído marca uma entrega, um passo, um movimento, e a nossa capacidade de crias vai do sobrenatural ao natural, nem tudo é inspiração, e nem todas inspirações são naturais. Somos confusos, insanos, e prevemos sucumbir-se de entendimentos, quem é capaz de fazer telepatia em uma mente? Que pode mudar a cada instante e evoluir sem precisar de uma outra força que a nutra. A postura é necessário, eu sei, também vou mudar sem causo algum, sem atenção alguma, tenho buscado meu caminho, e nunca me desamparei dos necessitados. Toda minha pobreza está exposta, e minhas falas não serão copiadas, porém lidas, e maleadamente captadas por extensos fios desencapados tracejando em um grau confuso. O cérebro é energicamente regular e incapacitado... As vezes uma pequena pedreira, detona uma montanha gigante, e isso leva anos de extração, mas os homens conseguem extrair tudo, devorar o gigante que encontra-se dentro de nós impedindo de avançar, nos dias de hoje, encontrar a humildade, é pior do que encontrar sorte e ganhar na loteria juntos, quem tem têm, quem não tem se vê... Tem gente que confunde humildade com pobreza, enquanto ela é uma riqueza que os seres humanos não conseguem juntar. Mas isso é normal, é como uma câimbra nas pernas, depois que você muda a posição da perna passa. Nosso corpo se cura sabiamente, o organismo rejuvenesce, prometo a vos, curar as nossas feridas, seremos adeptos de nenhum templo e muita saúde. Arrotar caviar é fácil, quero ver um punhado de farinha seca.


Meus costumes. Esses sim são quase infalíveis, diria que imediatos, substanciais, e quase sempre remotos. Tem controle pra tudo. Paciência pra tudo. Um corpo imóvel, móvel, que sabe esperar a luz da justiça, nunca um raio qualquer. Pois justiças fazem a partir do momento que espero o passar andar levemente sobre minhas narinas. Eu pouso em voz branda, eu silencio todos os sons. Eu vos esqueço, que sois uma pessoa como eu, mas não posso destratar, desamparar, esquecer que a nossa chaga vai se eternizar na paz.

Os labirintos e confusões, o hino’culto, do culto em rito, essa predominância estrutural, vai ruindo aos poucos todas as ilusões e desesperos vão vendo que se for pra viver no inferno eu vou viver, se for para pro céu irei, mas não preciso confiar a ninguém essa existência da alma muda. O falar, como é alegre falar, dizer coisas boas e coisas ruins, mas dizer, mostrar-se hipócrita por dirigir opiniões, mas não ser um rastro sem luz, uma vida que não seduz, um corpo que não ambiciona, ou tampouco, pra se fazer tomar os algozes perdidos.

 Eis o que o dom ambiciona. A paz interior. O silêncio claro, e não obscuro, essa tensa e falsa prepotência irá consumir-se dentro de alguns, poucos, instantes. O vento abusará de vós, e as flechas do senhor vai consumir-nos, porque são dignas de nos acertar. E aquele que é abatido por ele também será salvo ou do contrário, a morte é isso mesmo, para todos. 

 Só que o que há de vida não é só bem maior, como bem parecido com o menos, a salubridade, o conforto e compaixão, faz-se soberano em todas as circunstâncias. Só somos testados quando entendemos, e só entendemos quando somos testados. Até as mais potentes e universais tecnologias falham, o homem falha, dorme e não sabe nunca se vai levantar-se.

 O que nos obriga a compreender a vida é o que está dentro de nós, não o que construímos, benzemos, ou fazemos para que erga-se com a vontade do sucesso. O sucesso tem que ser o exterior. Pois toda exuberância maltrata de alguma maneira um olho calmo e irresoluto que desconhece as capacidades, (da pobre mente), que se diz influente.

 Não é atoa que quem sempre vai apartar uma briga acaba tomando um soco no olho, uma bofetada da esposa, uma pedrada da namorada, as vezes é melhor deixar rolar do que abrandar o fogo. 


As águas uma hora baixam de vez...



Humberto Fonseca

Humberto Fonsêca - Às Escritas


Às Escritas

 Tu me deste o desejo, (se é que pode-se dizer), voz da palavra, inativa, pesada, soberba e cálida. 

 E o céu nada mais é que a terra, (flutuar a cada passo vagarosamente), os dias preponderados, insolentes, teste fútil de um descaso que nunca aconteça. 

 A segurança mata, e acaba de certo modo com a confiabilidade. Nem todo uso é um ceife, uma grua ante’amplidão, esse gás morros-moroso descambado nas valas.

 E tu me vens sem caminho, destino, feito um filho feito, destraço, te endireito, mas segues torta.   Perdido entre meus pecados, as infestação não passadas, não passarão mais, não passarás. 
 
Diante desses olhos como se não fosse vista, visita, sala e fachada. E quem não é interessante?  

 Também sobrevive. Subjuga e contenda humanamente o que somos? Será mesmo que nenhuma esquecidão será lembrada para quem pouco importa. Também vive-se sem pátria. E falando da língua que o corpo nos dá.

 A realidade é um contraste, quando adormecemos essas impregnações descansam para o dia seguinte, ou até mesmo ligado já não descansa, é automática em absorção, completo de indiferenças, a confiança é um também espírito de liberdade.



Humberto Fonseca

Humberto Fonsêca - Hoje - II



Hoje - II

Meu dia além de pleno,
Seja denso de destinos,
Calmo em sentidos.

Minha força, matéria,
Ocupe mais que volume...
Matéria.

Palavras rolem da mente,
Pertencendo a vida ,
Na mesma simplicidade que meu coração acordou.



Humberto Fonseca

Humberto Fonsêca - Limas



Limas

Eu vou fazer uma poesia como das que nunca escrevi,
Repeti, ou te disse, 
Se o som puder levar-te,
Vou soprar-me junto com toda força de meus...

Quando editar a ilha sem temer o mar, 
Com força sem vento onde chove e não faz sol,
Dos leques abertos por mim feitos para o calor que vai te percorrer,
E o arrepio vai ser bom, vicioso, em paz.

O nosso bom trato tem como feito as palavras,
E que sejam bem vindas de braços abertos,
Sem saudade do que foi bom para ter o melhor.

Tinha calamidades em vista,
E olhos fora delas,
Delas que se retomaram,
Em visitas pequenas,
A grande rotação do cabeçalho,
Em toda criação calada...

Sabes que agora é filha,
Do pai que não conhece,
Mas tem no peito seu amor,
Pela filha que es. 

Tenho um coração sustância,
Que precisa de emoções para bater,
Conheço o motor e onde pode pisar mais fundo para ouvi-lo...

Escuto-o atualmente,
Grandes reboliços, marcações bem feitas,
Sem o bater-se de frente...
De tudo que deixei para trás,
Sem que perceba,
Passou-se de ruim para bom.

Gosto de laranja doce,
Daquelas que lima a goela,
Com casca, e caroço,
Seu ácido tendo as metades,
Do engraçado casar sem namoro.



Humberto Fonseca

Humberto Fonsêca - Arremate

Graffiti de - Driin Pedro - Florianópolis - SC


Arremate

A imagem é sentido,
O olhar também é sentimento,
De boas, más, lembranças,
Caminho sem rumo,
Afeto pelo estático,
Paixão pela vida.



Humberto Fonseca

Humberto Fonsêca - Ondas



Ondas

Me visto de versos,
Espiritualizado,
Sem religiões,
Nem roupas...

Em torrentes,
Ao lembrar, 
Os poemas tristes,
Infelizes, ávidos,
De Luís Delfino.

Dia gélido,
Abjuro lembranças,
Na paragem,
Sobre as areias,
Acessível à navegação do poema.

Introspectivo, mudo intocável,
Subjetivo de verdades,
Sobrevoando o meu estado rarefeito.

Envolvido, voraz,
Nessa nobre hipótese,
Do possível e impossível.

Beijando teu corpo,
Em tuas e minhas,
Ondas sem destino.



Humberto Fonseca